Comunicado à imprensa: IV Encontro da RILEP em Montevidéu

MONTEVIDÉU. – (Sara Ossa) Com a presença de mais de quarenta representantes de organizações educativas religiosas de diversos países latino-americanos, delegados de organizações internacionais e líderes religiosos uruguaios convidados, foi realizado em Montevidéu de 1º a 3 de Novembro o IV Encontro da Rede Interreligiosa Latino Americana de Educação para a Paz – Religiões pela Paz (RILEP).

O fortalecimento da RILEP em seus cinco anos de vida se deve à ampla participação das diferentes segregações religiosas comprometidas com estes objetivos. Em seus primórdios, em 2004, foram pessoas que, representando suas respectivas instituições, respaldaram esta iniciativa com sua adesão, mas que hoje se consolida com a integração das próprias instituições e organizações à rede, com o propósito de dar continuidade a este nobre compromisso de educação para a paz.

Os integrantes da RILEP pertencem a diferentes congregações de fé na América Latina, incluindo a espiritualidade dos povos indígenas. Em seu primeiro encontro, foi proposta a realização de encontros periódicos acerca dos valores compartilhados a respeito da paz, atividades educacionais comuns para a paz e propostas concretas para tornar os processos educativos ferramentas eficazes para a promoção da paz em suas respectivas comunidades. Neste último encontro, foi aprofundada a proposta de se trabalhar em conjunto em cada país. Isto significa que os membros e participantes de cada nação se unirão em uma rede para a consecução de projetos de acordo com a realidade de cada sociedade.

A continuidade da RILEP e seus avanços significativos foram possíveis graças à iniciativa do grupo “Religiões pela Paz”, que contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Visão Mundial e, neste último encontro, a Co-Fraternidade Judaico-Cristã do Uruguai.

Na sessão de abertura, o Dr. Thomas Uthup, diretor de Pesquisa da Aliança de Civilizações da ONU (UNAOC) citou os jovens de todo o mundo, os quais devem ser mobilizados “para levar nossos princípios de paz e igualdade a diferentes culturas, povos e religiões.  São aqueles que mais precisam de apoio para seu desenvolvimento: os jovens”.

Ricardo Hevia, consultor em Diversidade Cultural e Educação para a Paz e Convivência do Escritório Regional de Educação para a América Latina e Caribe da UNESCO, comentou o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o qual afirma que “construir a paz na mente das pessoas é o mais importante sentido do direito à educação”.

Em sua exposição, o Sr. Hevia destacou que “se aprende em um clima adequado de respeito, confiança e colaboração com os demais”. Estas construções devem superar os sentimentos de ameaça, insegurança ou temores, porque “quando há confiança, nos sentimos mais seguros e protegidos. Quando ela não existe, nos sentimos ameaçados e aumenta o medo”, disse.    Em relação às políticas educacionais, afirmou que “competências sócio-emocionais devem ser desenvolvidas nos estudantes, como consciência sobre o próximo, consciência sobre si mesmo, tomada de decisões com responsabilidade, capacidade de autocontrole, trabalho em equipe, gerenciamento de conflitos… O reconhecimento próprio e do próximo ajuda na capacitação das pessoas, para que estas possam se tornar cidadãos de direito”.

Elias Szczytnicki, secretário-geral e diretor regional do grupo Religiões pela Paz na América Latina e Caribe, renovou o compromisso de sua organização de dar continuidade aos acordos assinados e facilitar o intercâmbio de experiências para o enriquecimento mútuo das organizações afiliadas com outras experiências locais em contexto regional.

O encontro apresentou seminários, workshops e reuniões em grupos nacionais e terminou com uma sessão realizada na sede da Universidade Católica de Montevidéu, com a participação do R. P. Antonio Ocaña, ex-reitor e atualmente diretor do Departamento de Formação Humanística desta instituição; Álvaro Martínez, responsável pela Área de Cooperação Internacional da Diretoria de Direitos Humanos do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai; Paulina Fernández, diretora de Áreas e Projetos do Instituto Interamericano da Criança e do Adolescente (IIN); Julio Carranza, conselheiro regional de Ciências Sociais e Humanas para a América Latina e Caribe da UNESCO e Juan Andrés Gil, oficial de Proteção da Infância do Escritório Regional da UNICEF no Uruguai.

MONTEVIDÉU, 1º A 3 DE NOVEMBRO DE 2009

Tradução do documento original: Sônia Minder

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