Congregação para a Educação Católica divulga decreto sobre estudos eclesiásticos

“A nossa época precisa de filosofia”: foi o que disse o prefeito da Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski, apresentando ontem, 22, na Sala de Imprensa da Santa Sé o decreto de reforma dos estudos eclesiásticos de filosofia. Estiveram presentes no encontro com os jornalistas dom Jean-Louis Bruguès, secretário do Dicastério, e o reitor da Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Charles Morerod.

Durante a coletiva de imprensa, o cardeal Grocholewski explicou que a reforma se deve “por uma parte à debilidade da formação filosófica em muitas instituições eclesiásticas com a ausência de pontos precisos de referência, sobre tudo as matérias de ensino e a qualidade dos docentes. Por outra, está a convicção manifestada na encíclica ‘Fides et ratio’ de João Paulo II (1998), da importância da filosofia em seu componente metafísico, e o conhecimento de que a filosofia é indispensável para a formação teológica”.

Por isso, disse o cardeal, o Decreto da Congregação “pretende revalorizar a filosofia sobre tudo à luz da ‘Fides et ratio’ recuperando sua vocação originária, ou seja a busca da verdade e sua dimensão sapiencial e metafísica”.

O prefeito da Congregação para a Educação Católica, explicou em seguida que os documentos normativos sobre os estudos eclesiásticos, e, portanto, sobre a filosofia, são a Constituição Apostólica de João Paulo II Sapientia Christiana (1979) e as relativas normas aplicativas da Congregação para a Educação Católica emanada esse mesmo ano. “Não obstante temos ‘Ecclesia semper est reformanda’ (a Igreja sempre se renova) para responder às novas exigências da vida eclesiástica nas diversas circunstâncias histórico-culturais. E isto corresponde também à realidade acadêmica”.

O texto final do decreto foi ratificado durante encontro ordinário da Congregação em 2010 e o papa Bento XVI aprovou “de forma específica” no último mês de janeiro as modificações à constituição apostólica “Sapientia Christiana” confirmando “em forma comum” o resto do texto.

Na conferência de apresentação da reforma também participou dom Jean-Louis Brugues, secretário da Congregação para a Educação Católica, que ressaltou que com essas modificações os estudos teológicos durarão a partir de agora três anos para o bacharelado, e se acrescenta, ao currículo de estudos, o curso de lógica. A reforma corresponde também ao corpo docente que deve ser estável e adequadamente qualificado.

A reforma também abrange o primeiro ciclo das faculdades eclesiásticas de teologia e dos Institutos filiados em teologia e se centra na duração da formação precisando que “as disciplinas estritamente filosóficas devem constituir pelos menos 60% do número de créditos dos dois primeiros anos”. Este pressuposto é válido também para os Seminários Maiores afiliados.

Fonte: Rádio Vaticano

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