Celebramos, após o Natal, a Epifania do Senhor, ou seja Cristo que se mostra à humanidade inteira. Ele é como luz mais forte do que a de todas as estrelas. Mas, para vê-lo, é preciso abrir os olhos. Não é sem razão que Ele mesmo deu este encargo aos discípulos. Aliás, quem O procura pode vê-lo ainda na casa de seus pais, como os Reis Magos. É bom não ter as mãos vazias. Os presentes ficam bem quando ofertados em gratidão e reconhecimento de seu ser e agir em bem da humanidade. Nosso presente pode ser pobre, mas deve ter o conteúdo de fé e amor profundos!
“Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá… Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo” (Salmo 71, 3). Para isso acontecer, foi preciso reconhecer que aquela criança era a esperada pelas nações. Veio para salvar a humanidade. Ele entrou humano em nossa história para preencher o vazio de nossa pobreza. Deus é nossa riqueza. Tudo mais, bem usado, com os parâmetros da ética e da moral, é instrumento e não finalidade. A prosperidade se dá com o referencial do Criador e não como busca do relativo como absoluto. A pobreza do ser nos faz abertos a aceitar a riqueza de Deus. Sem Ele, estragamos o convívio, a natureza, a possibilidade de realização de cada um… matamos, roubamos, fazemos a política suja e injusta, desrespeitamos a realidade sagrada do casamento e da família, excluímos os pobres, os negros e todos os oprimidos da cidade e do campo…
Precisamos conhecer a criança que nasceu em Belém. Herodes a quer anular, não sabendo que ela não veio competir com o reino deste mundo e sim dar-lhe sentido! Conhecer essa criança é conhecer o Deus-conosco. Ele veio nos ensinar de modo humano a usar nosso potencial para construirmos uma convivência justa e digna para todos. Na Epifania, vemos a superação de uma religiosidade fechada e puramente intimista. Ela é a manifestação de Deus que nos quer ver unidos como irmãos. Todos sejam considerados filhos do único Deus.
Paulo nos lembra a revelação de Deus apresentada também aos pagãos. Deste modo, os mais humildes e afastados têm vez com Ele. Formamos uma Igreja composta de todos os que aceitam as promessas de Deus realizadas no Filho. Como batizados, manifestamos sua acolhida em nós. Esta nos compromete em anunciá-Lo a todos com todo o conteúdo de seu Evangelho, para todos terem a vida nova por Ele trazida.
Os Reis Magos, encontrando o menino, adoraram-no. Reconheceram nele a divindade. Tinham vindo de longe. Estavam atentos às Escrituras Sagradas que dele falavam. A atenção à Palavra de Deus faz a pessoa de boa fé encontrar o próprio Deus e se comunicar com Ele. A vida, então, apresenta todo o sentido. Somente em Deus encontramos o sentido da existência. Por isso, sua manifestação ou Epifania nos enche de nova luz e somos conclamados e anunciá-la a todos!
Sobre a terra apareceu o Senhor e sua glória se manifesta para nós!