Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia 07 de abril, celebramos o Dia Mundial da Saúde, que lembra o ano 1948, quando foi criada a OMS e se comemora desde 1950. Propoõ-se refletir sobre a saúde pública, envolvendo todos/as os agentes sanitários, conscientizando a população que não se trata, apenas, de ausência de doença, mas de promover uma harmonia integral do ser humano e de todos os seres humanos em plenitude corporal, mental, espiritual e ambiental.
Este ano, como vimos na titulação, olhando para além da Pandemia, afirmamos que, para superá-la, é necessário construir um mundo mais justo e mais saúdavel. Que significa incluir e distribuir, de forma equitativa e solidária, os recursos da saúde: tratamentos, remédios, vacinas, e vida saudável; o que nos leva a trazer para a reflexão o acesso à água tratada, saneamento básico, alimentação e nutrição equilibrada, agricultura orgânica, moradia, e trabalho digno e decente.
Trata-se de ter uma visão holística e integrada da saúde, que transcende a busca de qualidade de vida para os poucos que podem desfrutar dela, mas garantir um direito fundamental para toda a população, pois a vida e saúde devem estar sempre em primeiro lugar. É importante fazer ressoar a decisão da 73ª Assembléia Mundial da Saúde que declara 2021 como Ano dos Trabalhadores da Saúde e Cuidados, valorizando todas as categorias profissionais que se empenharam com doação e coragem para combater a COVID.
Importa dar voz, participação e incorporá-los no planejamento da saúde, que tem sido inexistente e, muitas vezes, bloqueado por medidas contraditórias e ineficazes. Tudo isto vai ao encontro da Campanha de Defesa do SUS, Vacinação universal e imediata, Auxílio emergencial continuado, subsídio à agricultura familiar e orgânica, segurança alimentar e preservação das florestas e biomas. Pois, para curar-nos da Pandemia, devemos curar a Terra, e curar também nossa convivência social, injusta, desigual e intolerante. Nossa Senhora da Saúde, Rogai por Nós!
