Corpus Christi: a celebração da presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados

“A celebração de Corpus Christi (Corpo de Cristo) nos dá oportunidade de refletir especialmente uma das várias dimensões presentes na eucaristia: o louvor e ação de graças (eucaristia = ação de graças), destaca em seu artigo o bispo de Santa Cruz do Sul, dom Aloísio Alberto Dilli.

Corpus Christi na Arquidiocese de Brasília. Foto: Divulgação

Anualmente, a Solenidade de Corpus Christi, também conhecida como a Festa da Eucaristia, é celebrada na quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade, este ano dia 20 de junho.  Neste dia, os cristãos celebram a presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados na Santa Missa, seguida de uma grande procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264. A origem da celebração remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII.

Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264. Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo com a confirmação bula Transiturus de hoc mundo, pelo papa Clemente V em 1314.

Segundo o texto de dom Aloísio, o grande objetivo do Corpus Christi é realizar uma manifestação pública de fé na presença real e permanente de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento e externar perene gratidão por estar entre nós, “do nascer ao pôr do sol” (Oração Eucarística III).

Dom Aloísio Alberto Dilli

“Na solenidade de Corpus Christi, além de louvar e agradecer a Jesus eucarístico pela sua presença entre nós neste sacramento, desejamos, igualmente, apresentar-lhe o que de melhor e mais nobre possuímos, através de brilhante ostensório, dignos sacrários em nossos templos e ruas enfeitadas de belos símbolos religiosos”, destaca o bispo.

Dom Aloisio ressalta ainda que “não podemos esquecer o mais importante, ou seja, entrar em comunhão com Ele, acolhê-lo como divino hóspede em nossos corações, em nossa vida, e sermos sacrários vivos, portadores do Senhor em nosso convívio familiar e em nossos ambientes de trabalho e de convivência na sociedade. Saibamos honrar sua presença na eucaristia, seja nos locais e objetos preciosos, seja em nós mesmos e nos irmãos e irmãs que vivem ao nosso lado, sobretudo os necessitados”.

É nesse clima fraterno que os fieis se unem durante a madrugada que antecede a celebração do Mistério Eucarístico para a confeccionarem os tradicionais e famosos tapetes de Corpus Christi. Materiais como borra de café, farinha, areia, sal, serragem, e os recicláveis, como tampinhas de garrafas, bagaço de cana, casca de arroz, flores e folhas, dão forma e cores ao caminho por onde passará o Corpo de Cristo. A confecção dos tapetes é um hábito que ganhou todo o Brasil com a chegada da colônia portuguesa.

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