Nunca é demais insistir na importância da missão. Ela exige empenho e colaboração de todos. Como primeiro responsável pela missão na Diocese, convoco todas as forças vivas de nossas Paróquias e Comunidades para este inadiável empenho missionário.
A 5ª Conferência de Aparecida foi enfática em seu apelo: “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja” (DA, 365).
Ninguém deve excluir-se de ser portador deste impulso missionário. Antes, porém, de ser missionário, é preciso ser discípulo autêntico de Jesus. Não podemos falar de discipulado sem estarmos revestidos de Cristo, sem estarmos apaixonados pelo Seu Reino.
Quem é Jesus para mim? Que tipo de relacionamento mantenho com Ele? Ninguém é capaz de apaixonar-se por Cristo, se primeiro não fizer uma profunda experiência pessoal de Jesus. Somente quem fez uma experiência assim pode segui-Lo e permanecer com Ele. Para chegar a essa experiência, é necessário romper com o passado e deixar para trás o “ser humano velho” e assumir o estilo de vida de Cristo. É preciso configurar-se a Ele, deixar-se transformar em “ser humano novo”, estabelecendo com Cristo um relacionamento de amizade e de íntima comunhão com Ele, reproduzindo em sua vida a Vida Dele, o Seu jeito de ser e de agir. Sem essa experiência forte da pessoa de Jesus, não é possível anunciá-Lo e levá-Lo aos outros.
Primeiro é preciso conhecer e crer no Cristo que anuncio.
Muitas vezes Jesus deve ter interrogado aqueles que O escutavam: Vocês acreditam em mim, na minha origem, na minha missão? “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15).
A fé é puro dom de Deus. Creio que Jesus é o Filho de Deus, imagem visível do Pai na Encarnação, Aquele que revela a face e o coração do Pai. Já tivemos um encontro vital com esse Jesus, tão forte a ponto de poder gritar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” (ibid., 16). Só essa confissão transformará existencialmente nossa caminhada. Pobre de mim, se o tamanho de minha fé não ultrapassar a fé recebida por tradição familiar!” Crer em Jesus Cristo significa fazer de Sua pessoa o centro e o princípio de nossa existência e de nossa caminhada.
Jesus é para nós, como foi para São Paulo, o critério último de nossas certezas interiores, de nossa vocação, de nossa missão?
Jesus é a medida autêntica de todo projeto missionário. É nossa única opção, único Caminho, única Verdade e única Vida (cf. Jo 14, 6).
Seria imperdoável de nossa parte, se o fogo renovador do Espírito acendido na Conferência de Aparecida esfriasse ou fosse apagado pela nossa falta de ardor e entusiasmo missionário.
Não podemos deixar passar em brancas nuvens esta hora da graça de “ir e fazer discípulos” (Mt 28, 20), de ir atrás e buscar de volta os que estão por perto, os que se distanciaram de Jesus, bem como os que ainda não ouviram falar Dele. A missão nossa de cada dia envia-nos pelas estradas da evangelização. Não cruzemos os braços! Cabe ao discípulo missionário de Jesus Cristo despertar as consciências e as comunidades cristãs a se colocarem de fato em “estado permanente de missão”.
A Virgem Santíssima, modelo de discípula e missionária, nos ajude a espalhar as sementes do Verbo e a construir o Reino de Deus.