Os assaltos à luz do dia, ou na calada da noite, tem presença sempre maior em nosso país. São raras as regiões, onde os cidadãos estão tranqüilos e despreocupados. Os altos muros, os alarmes eletrônicos, as cercas de arame farpado, as portas e janelas fechadas, tudo indica que o medo de ladrões e assaltantes cresce sempre mais. Chega-se à conclusão de que o roubo violento tornou-se – para um grupo de pessoas – um meio normal de vida. Quase um emprego, e de boa remuneração. Desconsiderando que o banditismo sempre existiu (Jesus já dizia há dois mil anos: “aqui na terra os ladrões assaltam e roubam” Mt 6, 19), e esquecendo que sobrevive em todos os recantos do planeta, vamos buscar algumas razões do seu crescimento em nosso amado país.
Uma das razões – é inegável – é a impunidade ou até o estímulo aos atos contra os direitos das pessoas.”Não explores o teu próximo, nem o roubes” (Lev 19, 13) é um mandamento considerado superado. Invasões de terra, de propriedade legítima, nada acarretam aos invasores. Até o PNDH (projeto nacional de direitos humanos) procura dificultar a ação da justiça. E o que dizer quando esse mesmo projeto quer implantar o “direito” de eliminar criancinhas em gestação, no seio materno? O bandido tira as suas conclusões: se existe o direito de matar criancinhas, por que eu devo respeitar adultos, por ocasião de um assalto? E nessa lista de impunidades, que levam ao aumento do banditismo, quero ainda acrescentar aquela que leva os drogados ao encorajamento: a porcentagem dos que são punidos pelo tráfico de drogas, é mínima. Mas o que para mim é uma causa muito séria, talvez a maior, é a falta de religião. A falta de temor de Deus está se alastrando. “O temor de Deus é o princípio da sabedoria” (Sl 111, 10). A legislação escolar, para um ensino religioso eficaz, cria as maiores dificuldades. E olhe nas igrejas. Com toda a certeza os que reconhecem os seus pecados, que participam das missas, são incapazes de cometer assaltos, de roubar e matar. Os criminosos saem das fileiras dos que não rezam, dos que não participam da vida comunitária, dos que jamais se confessam. Vistas essas causas todas, o que vamos fazer? “O que semeia justiça, terá a recompensa” (Prov 11, 18).