A brasileira, carioca e vice-diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Cristiane Murray, falou, na quinta-feira, 12 de setembro, aos participantes do 11º Seminário de Comunicação Social sobre sua experiência no Vaticano, em duas conferências, uma sobre a comunicação do Papa Francisco e seus desafios e Sala de Imprensa da Santa Sé: uma comunicação assertiva e o relacionamento com os jornalistas.
O Seminário promovido pela arquidiocese do Rio de Janeiro reúne, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de de Janeiro, 160 profissionais de comunicação da Igreja no Brasil, sendo 40 de forma online, em torno da discussão do tema: Igreja, casa de vido – assessoria de comunicação na construção da reputação e da identidade”.
O prefeito para o Dicastério para Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, enviou uma vídeo-mensagem aos participantes do seminário. No vídeo, o prefeito para o Dicastério acentua que nem sempre nos damos conta do poder da comunicação e de cada pessoa na construção ou destruição da consciência responsável, da nutrição ou desnutrição de nossas identidades em evolução.
“A comunicação tem o poder de desenvolver a capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade e amar com generosidade. A verdadeira comunicação não é apenas uma acumulação de dados mas leva à uma verdadeira sabedoria e comunhão”, disse o prefeito.
Relação da Sala de Imprensa com os jornalistas
Cristiane explicou o trabalho que a Sala de Imprensa da Santa Sé realiza de relação e atendimento às demandas dos jornalistas do mundo todo que cobrem o Papa e o Vaticano. “Buscamos uma comunicação assertiva no relacionamento com os jornalistas. Trabalhamos com a informação e a comunicação institucional”, disse.
Ela explicou que trabalham na sala 23 profissionais, a maioria fala várias línguas, divididos em três grupos de trabalho. O primeiro grupo é responsável pela produção do Boletim da Sala de Imprensa. O boletim é enviado, via notificação a todos os jornalistas credenciado. Está também está passando também por uma reforma visual.
A vice-diretora da Sala de Imprensa disse que os envios são feitos de duas formas: sob embargo aos 600 jornalistas credenciados com antecedência de duas horas sob embargo. O segundo tipo de envio são as publicações imediatas também aos credenciados.
Ela citou alguns exemplos específicos, como o Sínodo ou Conclaves, períodos em que jornalistas vão à Roma e, muitos deles, pedem um credenciamento temporário que passa por uma avaliação criteriosa. “Outra coisa boa, desde a pandemia, foi o credenciamento à distância para aqueles que não moram em Roma. Elas participam até das coletivas através do Zoom”, ressaltou.
Relação com os Dicastérios
O segundo grupo de trabalho na Sala de Imprensa são os assistentes da direção que mantém contato com todos os assessores de imprensa dos dicastérios da Cúria Romana. Deste grupo, fazem parte três secretários cujo papel é responder aos e-mails com orientações aos jornalistas e pedidos de entrevista para o Papa e cardeais da cúria que chegam de todo mundo. Segundo ela, todos os pedidos exigem uma pesquisa antes da resposta. “A resposta da Sala de Imprensa é uma resposta oficial do Vaticano. Daí é redobrado o cuidado que precisamos ter”, ressaltou.
“A gente sempre parte do pressuposto que os jornalistas são seres humanos que estão ali trabalhando. Nem sempre, os jornalistas, mesmo os católicos, são super fieis à Igreja e ao Santo Padre. Tentamos lidar com as adversidades com transparência e com o coração, tentando ser o mais honesto possível”, ressaltou.
O terceiro grupo de trabalho, o mais numeroso, é o de operações de mídia e credenciamento e renovação de credenciados. “Esse grupo também cuida de todos os trâmites e autorizações de pedidos para filmar ou fotografar dentro do Vaticano; e também dos jornalistas que viajam com os Papa; nas últimas viagens cerca de 80 jornalistas acompanharam o Santo Padre”, disse.
Por Willian Bonfim