Cristo nos tira do túmulo

Um senhor me contou que foi numa festa, onde havia bastante jovens. Para colaborar no ambiente de alegria, convidou uma jovem para dançar. A menina fez um gesto de repúdio, dizendo: “seu velho, volte para seu túmulo”!

Na semana santa, Deus faz o contrário. Envia seu Filho Jesus Cristo até nós, porque nos ama. Cristo assume nossas dores e misérias, sobe o Calvário com a cruz, deixa-se crucificar e morre por nós. E mais: desce aos abismos profundos, toma o velho Adão pela mão e o devolve à luz, à vida e à esperança. Em Adão, Cristo traz de volta toda a humanidade.

A Páscoa é isto: Cristo ressuscita, vence o mal e a morte. Esta vitória é a nossa vitória.

Conseqüência? Na Páscoa somos convidados a renovar nossa esperança, pois somos amados por Deus. É lançar-se nas mãos de Deus e aceitar-se qual sopro e perfume de Deus. Além disso, temos a tarefa de fazer o que Jesus fez: tomar pela mão os fracassados e sofredores para devolver-lhes a alegria de viver. E qual Maria Madalena levar um pote de bálsamo aos marcados pela solidão, pela carência afetiva, pela doença incurável, pela velhice. É o que hoje se diz “Igreja samaritana”.

No mundo de mentira, de ódio, de maledicência, de violência e de guerra, ser presença de amor e de perdão. Como Jesus no Calvário: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34).

Jesus ficava triste com os fariseus “por causa da dureza de coração”. Na Sexta-feira Santa, em meditação junto ao túmulo de Jesus, é bom examinar-se: como vai minha compaixão pelos sofredores? Também eu posso estar afetado da “dureza de coração”.

Finalmente, Páscoa é alegria. Com sua ressurreição, Cristo nos abre o túmulo e nos agracia com a vida eterna. Apesar de tudo. Isto ele faz por graça, por amor a nós. Então clamamos: “Aleluia”!

Feliz Páscoa!

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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