Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira
Bispo da Prelazia do Marajó (PR)
Reflexão sobre o Evangelho da Solenidade de Cristo Rei do Universo, Ano C, Lucas 23, 35-43.
“Este é o rei dos judeus” (Lucas 23, 38). Jesus é um Rei que sofre zombaria, um rei humilhado (conferir Lucas 23, 35-36), mas Jesus é nosso Rei: “Recebeu-nos no Reino de seu Filho amado” (Colossenses 1, 13); “Pilatos pergunta: Tu és rei?… Jesus responde: Você está dizendo. Eu sou Rei. Para isto eu nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade ouve a minha voz” (João 18, 37).
Cristo reina servindo: “Estou no meio de vocês como quem está servindo” (Lucas 22, 27); “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Marcos 10, 45). Cristo quer que reinemos com Ele: “Eu confio a vocês o Reino, como meu Pai o confiou a mim” (Lucas 22, 29). Cristo quer que reinemos servindo: “Quem quiser ser grande, seja o servidor de vocês; quem quiser ser o primeiro seja o servo de todos” (Marcos 10, 43-44); “Somos simples servos. Apenas fizemos o que devíamos fazer” (Lucas 17, 10).
Somos chamados e chamadas a servir a todos, mas servir especialmente aos pobres. Lembremos do que Cristo falou e está no evangelho de Mateus: “Vinde benditos de meu pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou, pois eu estava com fome e me destes de comer, estava com sede e me destes de beber, era forasteiro e me recebestes em casa, estava nu e me vestistes, doente e cuidastes de mim, na prisão e vistes até mim” (25, 34-36).
Nossa entrada no Reino, onde Cristo é Rei, vai depender de nossa capacidade de amar e servir, de nossa capacidade de ser solidário com os pobres. Os últimos Papas e o Papa atual nos motivam a fazer esta opção de amar e servir os pobres. Vejamos alguns de seus ensinamentos: “Os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho” (Papa Bento XVI – Catedral da Sé 11 de maio de 2007); “Ninguém pode sentir-se exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social” (Papa Francisco, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 201); “Que todos os cristãos possam perceber a forte ligação existente entre o amor de Cristo e o seu chamamento a nos tornar próximos dos pobres” (Papa Leão XIV, Exortação Apostólica “Dilexi te”); “Os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos” (Papa Leão XIV, Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, 2025).
