Nos dias 12 e 13 da semana passada, sessenta jovens de Assis, caminhando dois a dois, visitaram quase a metade das famílias de Quatá. Alegria e entusiasmo dos jovens, agradável surpresa para as famílias visitadas. Jovens preparados pelo Movimento da Restauração, durante um acampamento querigmático. “As visitas eram breves, no máximo quinze minutos”, informou-me o jovem Guilherme Zanotti. “O foco das visitas era o anúncio do querigma, breve leitura bíblica”; “importante, mesmo, era o testemunho de cada um”, completou Zanotti.

Os católicos começaram, há pouco tempo, a fazer visitas de evangelização. Por isso mesmo, hesitam um pouco a quem bate às suas portas com a bíblia na mão. Mas como foram recebidos em Quatá? Respondeu-me Dirce J. C. Marcelino da Silva: “De modo geral, fomos bem recebidos, inclusive pelos evangélicos, jeovás; esses pastores nos elogiaram e abençoaram. Apenas uma senhora evangélica não nos recebeu”. Ao contrário, o jovem Conrado Marcelino da Silva me respondeu: “Num primeiro tempo, os nossos irmãos evangélicos me receberam melhor; enquanto os católicos me receberam apenas no portão; o pior de tudo é que um católico que só me recebeu no portão, eu o reconheci depois na missa, exercendo a função de ministro da Eucaristia”. Maira Ladeia, outra jovem visitadora me respondeu: “Os católicos praticantes, fervorosos me receberam muito bem; os não praticantes, embora católicos, me receberam muito mal”.

Fiz esta pergunta um tanto delicada: A família visitada se desabafou, queixando-se de nossa Igreja, dos católicos ou do padre? “Elogiaram muito os dois padres, o Aldivino e o Neto”, respondeu a jovem Maíra Ladeia e continuou: “elogiaram muito nossa igreja pelo fato de abraçar esse novo modo de evangelizar através do contato pessoal, indo de casa”. Continuou Ladeia: “Muitas famílias acharam que a Igreja deve continuar esse trabalho de visitação, aproximando-se mais dos fiéis, animar mais as missas e aproveitar melhor os dons dos fiéis, pois as pessoas estão se sentindo carentes, vazias e esquecidas”.

Houve respostas muito práticas e concretas a esta pergunta: Pelo que você viu e ouviu, o que a Igreja – na sua opinião – deve fazer para evitar que os católicos continuem emigrando para outras igrejas? “Acho que a Igreja, respondeu a Maíra, precisa continuar fazendo essas visitas, dando-se maior atenção as famílias; aproximar-se mais dos fiéis; pois as pessoas estão se sentindo carentes, sozinhas e esquecidas”. A essa mesma pergunta, assim respondeu o jovem Conrado Marcelino da Silva: “Devemos ter, em nossa Igreja Católica, um processo de maior acolhida da parte de todos, pois percebi que a carência é uma constante realidade, presente em muitos lares”.

Parabéns, queridos jovens!…Excelente e oportuno trabalho pastoral! Vocês confirmaram uma grande verdade: o povo está carente dum contato pessoal. Essa mesma verdade foi descoberta pela coordenação pastoral de nossa Diocese nos primeiros anos da década de 1990, quando toda diocese se empenhou na pastoral das visitas domiciliares, conseguindo realizar umas quarenta mil visitas. Foi criado, então, um serviço religioso especial: Ministério da Visitação e surgiu um livro, escrito pelo Mons. José Carlos D’Angelo: MINISTÉRIO DA VISITAÇÃO, pela Editora Vozes.

Dom Antônio de Sousa

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