O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) se reuniu no dia 27 com o ministro Rogério Sottili, secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, para tratar dos últimos detalhes da missão brasileira no Timor-Leste que será chefiada por Carlos Moura, coordenador-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (Cnirc) da FCP.
Eloi Ferreira destaca a importância da participação do Brasil neste momento da história do Timor. “É uma honra que possamos participar de decisões tão relevantes às questões da população de língua portuguesa dentro e fora do Brasil”, afirmou. “Mostra que apesar de estarmos envolvidos com as nossas próprias demandas, temos uma preocupação humanitária que transcende às necessidades de outros países”, completou.
Para Moura, seu papel como membro-chefe da delegação e representante da FCP significa reforço da ponte cultural entre os dois países de língua portuguesa, além da relação de parceria da Palmares com outros países. “É o reconhecimento e valorização do nosso trabalho e uma oportunidade que só nos engrandece enquanto instituição”, afirmou.
Já Sottili elogiou a escolha de Moura pelo Ministério da Cultura (Minc) para chefiar a delegação do Brasil por sua relevante experiência e por se destacar em sua ligação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) da qual o país faz parte.
Missão CPLP
A convite do Governo da República Democrática de Timor-Leste, a comissão composta por especialistas acompanhará as eleições presidenciais do país previstas para o dia 7 de julho. O Timor-Leste que só teve sua independência declarada há 10 anos está entre os países mais jovens do mundo e tem nas eleições de 2012 a expectativa de consolidação de seu processo democrático.
Agendado para 1° de julho, com as prévias das eleições, a missão brasileira deve seguir até o próximo dia 16, quando terá seu encerramento marcado por uma reunião da CPLP em Lisboa. Neste período, os observadores poderão acompanhar as eleições nos 13 distritos timorenses.
Além de participar de reuniões com todas as instâncias do poder do Timor, a delegação acompanhará, por exemplo, as leis que enquadram o processo eleitoral, o trabalho da administração e o papel da sociedade civil. Dentro do contexto geral será avaliada ainda questões como a participação das mulheres no processo, a votação, a contagem de votos, as apurações dos resultados e a sua repercussão.
A partir das decisões eleitorais de 2012, o país conquistará sua autonomia em diversos aspectos no que diz respeito a sua autonomia interna e em relação à sua participação na economia, política e nos conselhos do mundo.