A juventude, quando unida para a prática do bem, tem condição de influenciar de modo saudável na sociedade. Ao contrário, não promove vida de qualidade para si e para todos. Muitos desacertos de jovens são originados da falta de condição, desde o berço, da formação do caráter e equilíbrio afetivo. O nascedouro do bem tem origem na família. Hoje ela é massacrada pela propaganda do consumismo e naturalismo que estimulam a busca do bem-estar fundamentado na sensação do prazer momentâneo e do fechamento da pessoa no subjetivismo absolutista. Nesse quadro, um ideal a se buscar na promoção do bem comum fica apagado e não estimula a esperança da conquista de autêntica realização. O ser humano não se contenta em encontrar apenas a satisfação dos instintos. O desejo de infinito inoculado no coração de todos pelo Criador só é saciado com a conquista do bem sedimentado no amor profundamente oblativo, coincidindo com a prática da convivência na fraternidade.
A vida de sentido se dá na oferta da pessoa para colaborar com a promoção do semelhante. Jesus nos prova isso com sua vida e ensinamento. Ele só fez o bem às pessoas, curando seus males e até ressuscitando mortos. Foi o caso do jovem, cujo corpo estava sendo levado para o sepultamento. Ao ver a mãe do rapaz, viúva e tendo só esse filho, Ele o fez ressuscitar, mostrando sua compaixão para com a mulher: “‘Não chore!’… Então, Jesus disse: ‘Jovem, eu te ordeno, levanta-te!’… E Jesus o entregou à sua mãe” (Lucas 7, 13.15).
Quando temos compaixão, somos capazes de fazer o bem ao semelhante, até mesmo gastando nosso tempo e sacrificando-nos para ajudar o outro. Olhamos para o desejo de vida digna do semelhante e vamos ao seu encontro. Damos algo de nós, não só no aspecto material. Apresentamos palavra amiga, de consolo, esperança, encorajamento, aconselhamento… Evangelizamos com o exemplo de bondade, perdão, diálogo, serviço prestado e anúncio da verdade e do bem.
Nessa perspectiva, nós mesmos ganhamos pela prática do benefício causado a quem precisa. Nosso ânimo se torna elevado quando realizamos tudo o que podemos para colaborar com a comunidade e a sociedade. Unimo-nos, então, a causas de promoção da vida e do bem social, como a boa política, a votação em quem tem condições éticas, morais e de boa preparação para o serviço ao público. Somos pessoas que nos convertemos quando percebemos erros e temos coragem de superá-los. Isso aconteceu com tantas pessoas, a exemplo do apóstolo Paulo: “Certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no judaísmo, com que excessos perseguia e devastava a Igreja de Deus. Quando, porém, aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos…” (Gálatas 1, 13.15-16).
Quando pensamos bem sobre nossa própria vida, verdadeiro dom de Deus, procuramos retribuir esse ato de amor do Criador, promovendo a vida de qualidade ao outro. Nisso vamos percebendo o sentido da vida. Ela se configura justamente na ação de amarmos e realizarmos o mais conveniente na doação de nós para um convívio salutar para todos.
