Dom Manoel Delson
Arcebispo da Paraíba
Neste tempo do Natal, ainda podemos cantar que “hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Cf. Sl 95). O Natal do Senhor ainda está diante de nossos olhos que também contemplam este novo ano, e queremos consagrá-lo a Deus. Pois sabemos que nada poderemos fazer sem o amparo absoluto do Senhor em nossas vidas. O nosso novo ano pertence a Deus!
Dentro do Mistério do Natal que nos cerca, armamos a simbólica do presépio em nossas casas, locais de trabalho… “O Presépio é um convite a ‘sentir’, a ‘tocar’ a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua Encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados (cf. Mt 25, 31-46)” (Carta Apostólica Admirabile Signum; Papa Francisco). Nesta nova carta apostólica, o santo Padre nos aponta o caminho que podemos trilhar ao longo deste novo ano: o caminho da vida simples, da humildade e da misericórdia de uns para com os outros. Sabemos o quanto nos custa essa vida simples, afinal, somos bombardeados a todo instante pela cultura da ostentação, da ditadura da aparência. Mas, como cristãos, devemos nos encher dessas comovedoras palavras do Papa Francisco e organizar nosso tempo existencial a partir da cultura do encontro e da atenção aos irmãos, principalmente, com os sofredores e os mais pobres. O Evangelho do Natal nos pede a doce exigência da vida simples em vista da construção da paz entre os homens!
Não devemos temer os fracassos da vida humana, eles são inevitáveis e podemos aprender com eles. O Natal também nos faz ver um certo tipo de fracasso: ali na gruta de Belém, Deus reinou no fracasso humano. O Mistério da Encarnação é um aparente fracasso; na carne dos homens, Deus triunfou, fez-Se menino para nos salvar. Portanto, não temamos os fracassos da vida, o Senhor caminha conosco. Ele por vezes parece está distante, parece ser um menino que dorme, mas não nos enganemos, O Emanoel, o Deus conosco, não nos abandonará: “Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém”(Is 52,9). E ainda contamos com o amparo da Virgem Maria. Que Ela, cuja memória festiva veneramos com o título de Mãe de Deus, no primeiro dia de cada ano, nos tome pelas mãos e nos leve a contemplar a face do Deus Menino, Príncipe da Paz e obtenha para nós e para o mundo inteiro o urgente dom da Paz.

 

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