Dia das Santas Casas: desejo de continuar servindo aos brasileiros através do SUS

Em 15 de agosto, é celebrado o Dia da Santa Casa de Misericórdia. Trazidas ao Brasil ainda nos primeiros anos da colonização, estas unidades de saúde são reflexo da ação filantrópica e significado de amor ao próximo e à humanidade, de forma especial no atendimento e amparo aos mais necessitados. Neste ano, quando o mundo voltou seu olhar para a fragilidade exposta dos sistemas de saúde, as Santas Casas do Brasil, junto com entidades filantrópicas, seguem motivadas a servir aos brasileiros através do Sistema Único de Saúde.

“O que nos motiva a celebrar esta data é a oportunidade de, através do SUS, continuarmos servindo aos brasileiros que mais precisam, trabalhando para construir o bem-estar da população independente das inúmeras barreiras que nos são impostas. E trabalhar pela sustentabilidade das nossas instituições que protagonizam o SUS no Brasil”, afirma o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirocles Véras.

E realmente as Santas Casas têm papel preponderante no atendimento de saúde. De acordo com a CMB, as instituições filantrópicas somam 189 mil leitos, dos quais 130 mil são destinados ao SUS (69%). A entidade calcula ainda que, em todo o país, são 2.172 hospitais sem fins lucrativos, dos quais 1.704 atendem o SUS. Em quase 1.000 municípios essas unidades são a única opção de atendimento gratuito à população.

“A contribuição destas entidades vai além da saúde. As instituições filantrópicas geram mais de 1 milhão de empregos, o que permite prever que mais de 4 milhões de pessoas se sustentam dos empregos gerados por elas. Ainda no que diz respeito ao setor econômico, as Santas Casas e hospitais filantrópicos prestam serviços a um custo, em média, oito vezes menor o que custam os hospitais públicos federais”, ressalta a Confederação.

Esforço durante a pandemia

Mirocles Véras, presidente da CMB | Foto: CMB

De acordo com o presidente da CMB, Mirocles Véras, a pandemia do novo coronavírus expôs a fragilidade do sistema de saúde do mundo todo e mostrou que, quando a vida humana é o centro dos problemas, os recursos aparecem. Véras conta que desde o início da pandemia, a CMB e os hospitais por ela representados colocaram-se ao lado do governo para o enfrentamento da crise de saúde. Mas lamenta que gestores públicos tenham investido nos hospitais próprios e em hospitais de campanha “e só depois conseguiram enxergar que já tínhamos a rede de saúde filantrópica uma estrutura hospitalar constituída pronta para atender às necessidades de resposta ao combate à pandemia”.

Diante de todos os desafios, conseguimos ofertar novos leitos de UTI, leitos de retaguarda clínica para desafogar as maiores instituições com estrutura para atender os pacientes de covid-19. O Brasil descobriu os profissionais do SUS e os nossos colaboradores que não mediram esforços para atender a população brasileira“, ressalta Mirocles Véras.

Desafio na sustentabilidade

As instituições filantrópicas correspondem por mais da metade do atendimento do Sistema Único de Saúde, mas enfrenta dificuldades em sua sustentabilidade, com um “grave subfinanciamento, que é histórico e está longe de ser resolvido com incentivos e emendas parlamentares”.  Durante a pandemia, tem auxiliado no combate ao novo coronavírus a iniciativa de financiamento coletivo BNDES Matchfunding Salvando Vidas, que já entregou a 164 hospitais filantrópicos equipamentos de proteção e materiais. As instituições beneficiadas estão localizadas em 134 municípios, em 20 estados do país.

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Profissionais de saúde da Casa de Saúde Santa Marcelina usam EPIs doados por campanha | Foto: Agência BNDS de Notícias

A campanha conta com parceria da CMB, que centraliza as demandas e a distribuição entre todos os hospitais do projeto. A Confederação dimensiona, com apoio das instituições de saúde, os bens e serviços mais críticos à prevenção e combate à covid-19, bem como determina os hospitais a serem beneficiados.

Dom Eurico dos Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG) e presidente emérito da Pró-Saúde, entidade filantrópica que administra hospitais em 11 estados brasileiros, escreveu artigo ressaltando o trabalho no enfrentamento da pandemia.

Estamos diante de um momento histórico para a humanidade e todas as entidades filantrópicas são chamadas a oferecer aquilo que de melhor sabem fazer: uma assistência segura, humanizada e de qualidade, especialmente, aos nossos irmãos mais vulneráveis. Entre tantas incertezas de pesquisadores e especialistas, temos apenas uma convicção: a de que o trabalho de milhares de profissionais à frente das instituições filantrópicas sairá ainda mais fortalecido desta crise sem precedentes. A cada vida salva, terá valido a pena todo o esforço e sacrifício exigidos neste momento“, escreveu dom Eurico.

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