Nesta sexta-feira, 4 de outubro, a Igreja celebra São Francisco de Assis. A dois dias da abertura oficial do Sínodo Especial para a Amazônia, o Papa Francisco participou de cerimônia nos jardins vaticanos para a consagração do Sínodo à intercessão do Santo de Assis.
A iniciativa da celebração partiu da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), da Ordem dos Frades Menores e do Movimento Católico Global pelo Clima, que quiseram também encerrar o Tempo da Criação, o período de um mês antes da festa de São Francisco de Assis dedicado à oração e iniciativas de mobilização pela ecologia integral.
A cerimônia foi marcada por cantos, reflexões, orações e gestos simbólicos realizados por representantes dos povos originários da Amazônia e pela equipe itinerante da REPAM. Foram convidados também cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas. Entre os presentes, o arcebispo emérito de São Paulo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, cardeal Cláudio Hummes, que também preside a REPAM. Dom Hummes será o relator-geral do Sínodo para a Amazônia.
Dom Cláudio, em sua reflexão, resolveu falar em português, arrancando aplausos dos participantes, principalmente os representantes dos povos originários e membros da REPAM. Falou da relação do nome de Francisco, escolhido por Bergoglio para o ministério petrino, com o anúncio do Sínodo para a Amazônia, em 2017.
“Certamente as referências na escolha de seu nome Francisco – pobres, paz e cuidado da criação -, bem como aquelas do momento do anúncio do Sínodo – evangelização, indígenas e floresta amazônica – tudo isso se completa e atualiza a mensagem de São Francisco de Assis”, afirmou o cardeal Hummes.
Ao consagrar o Sínodo a São Francisco, continuou, “recordamos de modo especial o seu cântico das criaturas, em que celebra e canta a fraternidade universal de todas as criaturas de Deus, louvando a Deus, estimulando a humanidade a viver a fraternidade universal e amar e cuidar da criação como nossa casa comum”.
Na sequência, dom Cláudio recitou o cântico das criaturas de São Francisco (Laudato si’ mi signore) e rogou: “que são Francisco nos ajude a cuidar da nossa casa comum e dos pobres, louvando ao Senhor e servindo com grande humildade”.
Ao final da cerimônia, dom Cláudio, acompanhado de dois representantes indígenas, ajudou o Papa Francisco a, simbolicamente, cobrir o local do plantio da árvore com a terra de lugares simbólicos para a preservação do meio ambiente e depois a irrigar a azinheira levada de Assis para Roma.
Depois da fórmula de consagração, a cerimônia foi concluída com o Papa Francisco rezando o Pai-Nosso com os presentes.