Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Neste dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional das Mulheres. Quero aqui cumprimentar todas as mulheres que colaboram para a construção diária de um mundo melhor, mais justo e fraterno. Que tenham a intercessão da Virgem Maria. Sentimos alegria e orgulho de convivermos, harmoniosamente, com muitas mulheres corajosas em nossa Arquidiocese, que contribuem efetivamente para o cumprimento da missão da Igreja, com suas diversas vocações.
Sabemos que nem tudo são flores. Em sua mensagem tradicional de Ano Novo, na Basílica de São Pedro, o Santa Padre o Papa Francisco dedicou atenção especial às mulheres, afirmando: “Quanta violência é dirigida contra a mulher. Chega! Machucar uma mulher é insultar a Deus, que de uma mulher assumiu nossa humanidade. E visto que as mães dão vida e as mulheres mantêm o mundo (junto), vamos todos fazer maiores esforços para promover as mães e proteger as mulheres”.
É verdade que a pandemia da Covid-19 trouxe inúmeras dificuldades econômicas e sociais em nosso País. Muitos pais e mães tiveram que ficar em casa, trabalhando e cuidando dos filhos, e isso piorou e muito as estatísticas de violência doméstica. Quanta desumanidade pode haver em uma sociedade que não protege as mães e mulheres de todos os tipos de violência.
Agora, acompanhamos a guerra na Ucrânia e as notícias são especialmente tristes para elas, novamente. As mulheres são exemplos de amor, esperança e força. Fogem da violência de uma guerra provocada por homens que se distanciaram dos valores cristãos e que iniciam bombardeios. Vamos nos unir na oração do Rosário neste dia, pedindo que Maria Mãe de Jesus e nossa mãe proteja as mulheres que fogem de guerras em todo o mundo, carregando nos braços seus filhos e familiares.
Peçamos, uma vez mais, inspirados pelo Santo Padre que na Solenidade de Maria Mãe de Deus assim se referiu: “Enquanto as mães dão a vida e as mulheres custodiam o mundo, vamos todos trabalhar para promover as mães e proteger as mulheres. (…) Assim como de uma mulher, a Igreja toma a humanidade dos filhos.”
Aproveitemos esse tempo da Quaresma para rezarmos e jejuarmos e para que cheguemos até a Páscoa verdadeiramente renovados e livres da
violência contra a mulher sob qualquer pretexto. Que haja dignidade em todos os lares brasileiros, que os maridos respeitem e amem suas esposas e mães, contribuindo com suas tarefas domésticas, pelas quais também são responsáveis, e pela criação de seus filhos, tirando a sobrecarga das mulheres que tanto trabalham e lutam.
Lembrando das amáveis palavras de São João Paulo II, “na figura materna de Maria, Mãe de Deus, a humanidade encontra o modelo perfeito de mulher e de mãe para todos os tempos”. Meu abraço afetuoso a todas as mulheres neste dia 8 de março, dia dedicado a homenagear a luta das mulheres por mais dignidade, respeito e amor.
Seguimos com o nosso retiro quaresmal. Por meio do jejum, oração e caridade com certeza vamos alcançar a plenitude da paz e, sob a proteção de Maria Mãe de Deus, chegaremos à Páscoa do Senhor melhores do que antes, em um mundo com menos violência contra as mulheres e mais amor e união nas famílias que oram juntas.