Dia Mundial das Comunicações

Comemoramos neste sábado, dia 24 de janeiro, o Dia de São Francisco de Sales, Bispo de Genebra, que utilizou seus conhecimentos de comunicação para procurar esclarecer a fé do seu povo com seus escritos. Tornou-se o patrono dos jornalistas e escritores católicos. Dom Bosco inspirou-se em seu apostolado e sua espiritualidade e deu seu nome à congregação que fundou para a educação da juventude. É nesse dia que o Papa publica o texto do Dia Mundial das Comunicações, que é comemorado no Domingo da Ascensão do Senhor, neste ano no dia 24 de maio. A publicação da escolha do tema já aconteceu na Festa dos Grandes Comunicadores, que são os Arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel, no dia 29 de setembro.

O tema escolhido e ora publicado do 43º Dia Mundial das Comunicações é “Novas tecnologias, novas relações”, que é completado com o lema: “Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de santidade”. Esse dia foi o único dia especial criado pelo Concílio Vaticano II no Documento sobre a Comunicação, chamado “Inter mirifica”, que é um dos dois primeiros documentos conciliares, aprovado no dia 4 de dezembro de 1963. Já naquela época o documento procurava dar um passo adiante no relacionamento entre a Igreja e a comunicação, assim é que ele deu abertura para outros documentos mais profundos que surgiram depois.

É muito interessante e importante a palavra do Papa Bento XVI dirigida a todos, mas especialmente “a quem faz parte da chamada geração digital” que, como diz o Papa, “com eles quer partilhar algumas idéias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana”.

A posição da Igreja é positiva ao reconhecer que essas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade quando passa a enumerar as facilidades de acesso e comunicação global, a onipresença da internet, famílias em contacto em lugares distantes, acesso a documentos e notícias e às descobertas científicas, facilidade de aprendizagem criando inclusive uma nova cultura, novos modelos de comunicação e de relações humanas provocadas pelas novas tecnologias. Lembra Bento XVI que o desejo “de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos, entrando em relação com os outros.

O documento vai lembrar, porém, que o relacionamento não pode ser artificial, passageiro, superficial, mas no relacionamento nascido pelo “amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”, e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Ao mesmo tempo em que vê com bons olhos as novas tecnologias, o Papa recorda a importância do conteúdo: “aqueles que operam no setor de produção e difusão de conteúdo dos novos “media” não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana.” Assim o Papa passa a considerar as mazelas que podem existir na rede de comunicações e como, no entanto, pode ser utilizada para o bem das pessoas. Recorda também a importância do acesso a todos dos novos instrumentos de comunicação, principalmente aos mais pobres.

Na conclusão, dirige uma especial mensagem aos jovens católicos para que levem “para o mundo digital o testemunho da sua fé. Recorda com muita propriedade que no início da Igreja os apóstolos e os demais irmãos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo Greco-romano, o que exigiu uma séria inculturação. Assim também, recorda o Papa, o anúncio nesse meio, “supõe conhecimento profundo das tecnologias para se chegar a uma conveniente utilização.” Lembra que especialmente aos jovens compete a “tarefa da evangelização deste continente digital”, assumindo de maneira especial “o anúncio do Evangelho aos seus coetâneos”, partilhando com eles o dom mais precioso: “a boa nova de um Deus que se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade”.

Que assim os “dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão”. Conclui o Papa: “a estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos”, e ainda: “o Papa vos acompanha com sua oração e sua bênção”.

Essa belíssima mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2009 deverá ser estudada pelos nossos grupos de reflexão, e em especial os da Pastoral da Comunicação e assim dar passos ainda maiores nessa missão de evangelizar.

Dom Orani João Tempesta

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