Direitos humanos, direitos da gente

Neste Domingo, dia 10, comemoramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, fazemos memória da Carta de São Francisco que, em 2018, completará 70 anos. Torna- se crucial, nestes momentos, em que parece esboroar-se e esvair-se o Pacto Humanitário
que representam firmá-los como uma conquista irrenunciável dentro da caminhada pelo pleno respeito à dignidade de toda pessoa e de todas as pessoas.

Os Direitos humanos não são uma dádiva do Estado, pelo contrário, um reconhecimento do valor intrínseco que brota do ser gente, devem ser declarados e protegidos, mas pertencem à natureza humana e ninguém pode nos roubar ou tirar. Seria leviano e, irresponsável, considerá-los discurso de ativistas ou militantes sociais ou, pior ainda, desprezá-los como fala de defensores de bandidos. Nascem universais, como Dom do Criador e reverenciam a todos os seres humanos sem distinção de etnia, classe, nação, idade, cor da pele, língua, sexo, credo ou profissão.

Não precisamos de estudos superiores para tomar consciência deles ou exercê-los. Uma vez um irmão de uma comunidade ia ser despejado e bradou com convicção: não podem fazer isto comigo, sou uma pessoa humana, não sou um animal para ser enxotado. São direitos da gente e quando se ignoram, ou se secundarizam como ideais abstratos, estamos abrindo estradas para novas ditaduras, planejando holocaustos e genocídios que custaram a vida de milhões de pessoas como todos nós.

Vale à pena recordar o pensamento de um dramaturgo alemão: primeiro levaram os comunistas, não me importei porque não era comunista, depois levaram os socialistas, e também não me importei, depois levaram os cristãos, os judeus e também não me preocupei, agora estão me levando preso e ninguém se importa mais.

A beleza e nobreza de uma pessoa se revelam na indignação e no protesto quando qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, é despojada de Direitos. Para um verdadeiro cristão, esse injustiçado, ferido em sua dignidade, ė nosso irmão/ã. Nunca deixemos em surdina, ou fiquemos indiferentes, diante da barbárie de quem pisoteia e escorraça os Direitos de alguém. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

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