Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
A comemoração da data 10 de dezembro Dia Internacional dos Direitos humanos trás como lema este ano “ O essencial de cada dia” mostrando que fazem parte de nossa vida e são construídos a partir de nossa realidade e necessidades.
É importante reconectar as pessoas com a vivência e realização de seus direitos pois são positivos, essenciais e alcançáveis, promovendo a dignidade e a equidade nos seres humanos, e a convivialidade fraterna e justa. É falso e reducionista afirmar que eles só vigoram para pessoas de bem ou gente decente, são como afirma claramente a doutrina social da Igreja inerentes a condição humana, inalienáveis, indivisíveis, e imprescritíveis, não são mera concessão do Estado ou presente de alguma autoridade.
A consciência lúcida deles torna-nos sujeitos, poetas e construtores da nossa história, e ao mesmo tempo fazem acontecer e aproximar o Reino, que é incompatível com a escravidão e opressão das pessoas humanas de qualquer condição, idade, credo, gênero e etnia. Lembro-me de um cidadão morador de rua que tinha ocupado um prédio inabitado para dormir.
Foi acordado aos gritos e levado aos empurrões para fora, mas ele respondia também gritando: “ não podem fazer isso comigo sou um ser humano não uma coisa”. Essa marca de dignidade que ninguém pode apagar é um sinal da encarnação do Deus conosco, que se uniu para sempre a cada pessoa, elevando e enobrecendo a nossa condição.
Por isso os direitos humanos tem a ver muito com o Deus que armou sua tenda no meio de nós, encontrando morada em nosso coração, na nossa vida. Por isso vamos motivar e participar com muita alegria e entusiasmo da Campanha da Fraternidade do ano que vem, sobre moradia e favela pois sabemos que a moradia é a porta de todos os direitos.
Somos cristãos, somos irmãos, defendemos os direitos de todos/as, porque reconhecendo e garantindo os direitos dos outros estaremos certamente edificando a civilização do amor centrada no Pai das misericórdias e a caridade para com toda a humanidade nossa família e todos os moradores da Casa Comum. Deus seja louvado!
