“Estende a tua mão ao pobre” (Sir 7,32)

Dom Adimir Antonio Mazali
Bispo Diocesano de Erexim (RS)

Estamos celebrando o 33º domingo do tempo comum, às portas de encerrar este tempo litúrgico e a Igreja nos convida a avaliarmos nossos resultados diante dos dons que recebemos. Todos somos administradores de bens, recebidos de Deus, com o dever de não desperdiçá-los, mas de fazê-los produzir de acordo com aquilo que Ele espera de nós. É isto que nos relata a parábola dos talentos no Evangelho deste final de semana.

O resultado de nosso trabalho também deve ter como direção o “pobre” que ajuda a direcionar nossa vida cristã e a aplicação de recursos para uma riqueza que ultrapassa as realidades materiais. Assim, o “Dia do Pobre”, instituído pelo Papa Francisco, neste domingo, ajuda a refletir belos comportamentos cristãos que fazem a diferença na construção de uma sociedade humana e fraterna. “A generosidade que apoia o vulnerável, consola o aflito, mitiga os sofrimentos, devolve dignidade a quem dela está privado, é condição para uma vida plenamente humana”. E justifica esta data, dizendo o papa: “Todos os anos, com o Dia Mundial dos Pobres, volto a esta realidade fundamental para a vida da Igreja, porque os pobres estão e sempre estarão conosco (cf. Jo 12,8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na existência do dia a dia”.

Este tema proposto: “Estende a tua mão ao pobre” (Sir 7,32), segundo a mensagem do Papa, recorda que “a sabedoria antiga dispôs estas palavras como um código sacro que se deve seguir na vida”. (…) “É, pois, um convite à responsabilidade, sob a forma de empenho direto, de quem se sente parte do mesmo destino. É um encorajamento a assumir os pesos dos mais vulneráveis, como recorda São Paulo: ‘Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo. (…) Carregai as cargas uns dos outros’” (Gal 5,13-14; 6,2).

Caríssimos! Toda a preocupação meramente egoísta, voltada somente aos próprios interesses e mesmo todo bem voltado a nós mesmos morre conosco. Mas todo bem, por pequeno que seja, voltado a um de nossos irmãos mais sofredores se tornará eterno.

Pensemos mais uma vez no que diz o Papa: “Não poderemos ser felizes enquanto mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro”. Então; “estende a tua mão ao pobre”! Amém!

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