Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
A XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, realizada em 2024, marcou um importante capítulo na vida da Igreja Católica. O evento trouxe uma visão renovada sobre a sinodalidade, destacando a urgência de construir uma Igreja mais inclusiva e participativa, onde todos os fiéis, independentemente de sua condição, sejam acolhidos e ouvidos. Inspirado pela passagem de 1 Coríntios 12, 12-27, o sínodo relembra que “somos muitos membros, mas um só corpo”, ressaltando a importância de cada fiel na missão de Cristo.
Entre os temas centrais do documento final, está a necessidade de promover uma “escuta ativa”, onde todos têm voz e são chamados a contribuir para a construção de uma Igreja sinodal. Esse conceito vai ao encontro do exemplo de Jesus no Evangelho de Mateus, onde Ele afirma: “Pois onde dois ou três se reunirem em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18, 20). Essa passagem ressoa com a missão sinodal, lembrando-nos que a unidade e a comunhão são aspectos fundamentais da caminhada cristã.
Outro ponto relevante abordado no Sínodo é a promoção de uma Igreja inclusiva, que acolha a diversidade como parte integrante da fé cristã. A ênfase é em construir uma comunidade onde todos se sintam parte, como ensina Gálatas 3, 28: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.” Esse compromisso reafirma o papel da Igreja em apoiar os marginalizados e promover uma sociedade justa e fraterna.
Além disso, o documento final destaca o papel da juventude na missão da Igreja, incentivando um diálogo intergeracional que reforce os laços de fé. Inspirados pelo Salmo 78, 4, “Contaremos à próxima geração os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez”, o sínodo ressalta que é fundamental transmitir a herança cristã às futuras gerações, integrando-os em ações missionárias.
Outro aspecto central é o chamado à missão evangelizadora, que é de todos os fiéis, de acordo com o exemplo dado por Jesus em Mateus 28, 19: “Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Com esse mandato em mente, o sínodo reforça a importância de engajar-se na sociedade com um testemunho que inspire fé e esperança, principalmente em tempos de desafios e mudanças culturais.
O documento final da XVI Assembleia do Sínodo propõe ainda que a Igreja intensifique o apoio às comunidades locais e enfrente as necessidades sociais e espirituais. Assim como Jesus lavou os pés de Seus discípulos, simbolizando o serviço e a humildade, a Igreja é chamada a seguir este exemplo de serviço desinteressado (João 13, 14-15), reforçando seu compromisso com os mais vulneráveis.
A caminhada sinodal de 2024 se reflete em um chamado à unidade, acolhimento e missão, na busca de uma Igreja que se aproxime mais de Cristo e de Sua mensagem de amor ao próximo. A celebração do sínodo recorda a todos nós a importância de vivermos em comunhão, sustentados pela Palavra e orientados pelo Espírito Santo, a fim de sermos testemunhas autênticas da fé cristã.