Encontro de Jesus com Nossa Senhora

Dom Carmo João Rhoden, SCJ
Bispo Emérito de Taubaté (SP)

1 – A fé é constituída de encontros e desencontros, de vitórias e derrotas. A de Jesus Cristo não foi muito diferente. Veio ao nosso encontro, tornando-se um dos nossos. Chamou discípulos, mas houve também inimigos, entre eles fariseus, que o importunavam e Judas Iscariotes que o traiu. O encontro com Pilatos, e Herodes, também não foi muito positivo.

O primeiro, foi arrogante em seu diálogo com Jesus. Queria discutir: o que é verdade? Mas não queria aprender. O segundo foi um imoral, a quem Jesus nem respondeu.

2 – A mim, porém, interessam outros encontros, de modo especial, o de Jesus, com sua mãe, que na vida buscou sempre estar próximo dele, preocupando-se com Ele e sua missão (Mc 3,31-39) Jesus foi, de fato, o homem dos encontros. Interessa-me agora o do encontro maternal, que Maria teve com o Filho, quando este é levado para a morte. Ela com todo seu esforço, não conseguiu diminuir as dores do Filho querido, mas com toda a certeza a psico-espirituais.

A Escritura não fala do conteúdo do encontro. Aliás, momentos há, em que falar, sem palavras, é falar mais alto: é comunicar-se melhor. Encontro de Jesus com a mãe foi indiscutivelmente triste. Poderia ter sido diferente? Não, certamente, não. Nunca um encontro foi mais salutar que este: seus olhares se cruzaram e seus corações feridos sentiram o mesmo conforto, pois, ambos cumpriram a própria missão: Maria, a maternal e o Jesus aquela salvífica.

3 – Encontro do qual vou falar, agora, foi iniciado por Jesus já na Cruz. O momento final se aproximava célere. Jesus vendo a mãe e o discípulo amado, juntos a Cruz, confia nova missão agora a ambos. Entrega João à Maria e esta a Ele, dizendo: Eis aí teu filho, eis aí tua mãe.

Queridos irmão e irmãs: João, hoje somos todos nós. Eu, tu, nós. Maria certamente estava ao lado da missão do apóstolo.

Diz o texto bíblico que ele a levou para sua casa. Ele a levou, e nós? Sim, não adiantaria refletirmos esta cena, tão comovente, tocante e agradável, se nós hoje, em dia não, a levássemos para nossas casas. Não penso eu possíveis imagens de Maria, mas na presença dela em nossas vidas e famílias, em nossas alegrias, dificuldades e sofrimentos, cruzes e doenças e até em nossa morte, quando ela nos ceifar a vida. Sim a mãe de Jesus cumprirá sua missão como já o fez em toda a história da Igreja. Não por nada o Papa Francisco, confiou a Ucrânia e a Rússia a seus maternais cuidados. Os santuários marianos do mundo, não o comprovam? Aparecida, Fátima, Lourdes e outros tantos? Não são elas as melhores catedrais de evangelização existentes? Católicos, quem está com Maria, nunca está longe de Cristo. Sejamos então marianamente cristocêntricos e eclesiais.

Conclusão: Jesus se encontrou com a mãe, na vida, como vimos, também na morte. Nós com Maria, queremos chegar a jesus. E assim a casa paterna para sempre.

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