Dom Esmeraldo avalia 3ª Experiência Missionária

O arcebispo de Porto Velho (RO), dom Esmeraldo Barreto de Farias, divulgou no domingo, 8, uma carta sobre a 3ª Experiência Missionária, que ocorreu de 27 de dezembro de 2014 até 25 de janeiro, nos municípios de Ariquemes (RO), Rio Crespo (RO) e Cacaulândia (RO).

 No texto, o bispo agradece às dioceses de vários estados do Brasil e às congregações que enviaram religiosas, seminaristas e jovens em processo vocacional para participarem das atividades. Ele também agradeceu à paróquia São Francisco de Assis, em Ariquemes, pela acolhida aos visitantes. No total, a arquidiocese de Porto Velho recebeu 87 missionários que percorreram 50 comunidades rurais.

“Os missionários tiveram a oportunidade de visitar casa por casa,  encontrar-se com crianças, jovens, famílias e coordenações permanecendo cinco dias em cada uma das 50 comunidades rurais”, conta dom Esmeraldo. Segundo ele, durante o convívio com as famílias, foi enfatizado o “valor da escuta” e realizados gestos concretos.

“Deus me concedeu a graça de visitar mais de 20 comunidades rurais além de estar presente em vários momentos nas duas cidades e na celebração que realizamos na sede da paróquia de São Francisco de Assis, em Ariquemes”, recorda.

Na carta, dom Esmeraldo aponta alguns aspectos encontrados na região. O arcebispo relata que os missionários perceberam a influência de migrantes, que a partir da década de 1970 dirigiram-se para Rondônia. São famílias que saíram da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Ceará. “Em Rondônia, vai se formando uma cultura própria a partir das influências dos migrantes e também da população nativa que, em algumas comunidades, é bem pequena”, analisa.

Outro aspecto das comunidades de Ariquemes, Rio Crespo e Cacaulândia foi a forte influência de igrejas evangélicas neo-pentecostais. Cerca de 80% das pessoas da região declararam-se frequentadoras destes templos. “Mesmo assim, foram poucas as casas de evangélicos que se recusaram a receber a visita missionária”, lembra dom Esmeraldo.

A paisagem natural das cidades rondonianas chamou a atenção dos missionários. Sem fazer alusão à beleza no horizonte, dom Esmeraldo observou a forte presença da monocultura após os quarenta anos de presença de migrantes, em que foram modificadas as atividades condutoras da economia. “A economia de Rondônia vai passando por várias mudanças: do extrativismo, mineração e agricultura familiar para a predominância da monocultura – pecuária ou soja -, com a crescente concentração de terras e consequente êxodo rural, crescimento rápido das cidades e a utilização de grandes quantidades de agrotóxicos”, informou.

Testemunhos

O arcebispo de Porto Velho agradeceu  o empenho e a presença “atuante” de animadores, agentes de pastorais, serviços e movimentos presentes nas comunidades. Ao falar sobre as visitas, ressaltou a importância de entrar na casa das famílias e, consequentemente, nas vidas daquelas pessoas. “O exercício da escuta com a atenção à história de vida possibilitou não somente a admiração pela força para enfrentar as dificuldades, mas também a descoberta da ação de Deus na vida de cada um e a luz para a vida do missionário (a) e da comunidade”, afirmou.

DivulgaçãoDurante a missa de encerramento, no dia 25, representantes de cada parte envolvida – agentes de pastorais, missionários e famílias – deram o testemunho sobre a Experiência Missionária. Um morador do assentamento “Pequena Vanessa”, chamado Antônio, foi batizado após a visita dos missionários. Na ocasião, ele contou que na sua infância, quando morava na Bahia, sua mãe fez uma promessa de que o batizaria no Santuário de Bom Jesus da Lapa. Sem que a promessa fosse cumprida, a mãe de Antônio faleceu e seu pai o levou para o Paraná, para onde seguiram à procura de trabalho. Também estiveram no Mato Grosso e na década de 1980 chegaram à Rondônia. Aos 63 anos, Antônio, que cuida de uma pequena plantação e realiza as atividades da casa onde vive com a esposa – evangélica e afetada pela doença de Alzheimer – perguntou o que era preciso para ser batizado.

“Então, junto com a coordenação da comunidade, foi feito um belo momento de oração na casa de seu Antônio a respeito do Batismo e o compromisso da comunidade de dar acompanhamento a esse senhor, após a celebração do Batismo que aconteceu ainda naqueles dias. Foi uma grande festa!”, conta dom Esmeraldo.

“Sei que hoje minha Mãe pode descansar em paz e, quando Deus me chamar, eu também! Realmente foi Deus quem enviou os missionários para que hoje se realizasse o meu Batismo”, expressou Antônio.

Retiro

Na última semana da 3ª Experiência Missionária, aconteceu o retiro assessorado pelo padre Paulo Suess, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Na ocasião, foi orientado que a experiência deve tornar-se hábito, “pois o espírito missionário é dom de Deus que precisa ser acolhido e cultivado em todos os momentos da vida”. A reflexão “Não deixemos que nos roubem a força missionária!”, contida na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, foi tema deste momento.

Dioceses

Além dos missionários locais, as dioceses de Passo Fundo e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Palmas e Francisco Beltrão, Umuarama, Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Cascavel, no Paraná (PR); Santo André, São João da Boa Vista, Itapetininga e Catanduva, em São Paulo; Nova Iguaçu e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Mariana e Pouso Alegre, em Minas Gerais; Alagoinhas e Paulo Afonso, na Bahia; Bom Jesus do Gurgueia, no Piauí; Natal, no Rio Grande do Norte; Sobral, no Ceará; e de Lábrea e Humaitá, no Amazonas, enviaram seus representantes.

 

 

 

 

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