XXIV Domingo do Tempo Comum

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

 

“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la.” (cf. Mc 8,34b-35)

 

A Liturgia do XXIV Domingo do Tempo Comum, nos coloca no contexto do Servo Sofredor, onde o caminho da realização da plenitude na vida do homem, passa-se pela obediência aos desígnios de Deus. Afinal, “o tema do Servo Sofredor é, pois, o que explicita mais claramente a necessidade de o Salvador passar pelo sofrimento e a morte para realizar seu desígnio de Salvação” (cf. Missal dominical – Missal da Assembleia Cristã).

Na Primeira Leitura extraída do Livro do Profeta Isaías (Is 50,5-9a), encontramos um Servo anônimo que aceita a missão com docilidade e enfrenta as dificuldades, a perseguição e a morte, sem hesitar, pois, a confiança veementemente em Deus o fortalece na missão. Afinal, “a meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?” (cf. Is 50,8-9a).

O Evangelho de Marcos (Mc 8,27-35), Jesus é reconhecido como o Messias, porém os discípulos são advertidos pelo próprio Cristo a não anunciar quem, de fato, ele era até que se cumprisse a sua missão de Servo Sofredor, pois Jesus dá o exemplo de que percorrer o Caminho da Salvação é cheio de obstáculos, rejeição e labutas. E Jesus exorta: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la.” (cf. Mc 8,34b-35).

A Segunda Leitura dada a Carta de São Tiago (Tg 2,14-18), nos recorda que a fidelidade e seguimento em Jesus Cristo não se dá apenas em dizer que tem fé ou com palavras bonitas, mas sim com os gestos de amor, partilha, serviço em prol dos irmãos, pois se a fé “não se traduz em obras, por si só está morta” (cf. Tg 2,17b).

Vivificados pela Palavra desta Liturgia, busquemos nos fortalecer ao exemplo de Jesus Cristo, Senhor e Servo Sofredor à missão da busca da Salvação de Deus que nos foram oferecidas, pois é Ele quem libertou minha vida da morte, enxugou de meus olhos o pranto e livrou os meus pés do tropeço. Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos” (cf. Sl 114,8-9).

 

Saudações em Cristo!

 

 

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