Dom Geraldo Lyrio: “Há um amadurecimento grande das comunidades na vivência da liturgia”

Cerca de 50 anos após o Concílio Vaticano II e das aplicações da constituição Sacrosanctum Concilium, que propõe fomentar a vida cristã entre os fiéis, de modo particular pela reforma e o incremento da liturgia, o arcebispo de Mariana (MG) e membro da Comissão para os Textos Litúrgicos (Cetel) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, falou sobre a situação atual da liturgia no Brasil.

Para ele, o momento revela um processo de amadurecimento e de aprofundamento muito grande. “Eu vejo com muita satisfação o esforço que fazem as comunidades para celebrar bem, seja a eucaristia, sejam os sacramentos, sejam outros momentos celebrativos que marcam a caminhada das comunidades, especialmente o Ano Litúrgico”, aponta.

De acordo com o livro “O Sentido Espiritual da Liturgia” da coleção Vida e Liturgia da Igreja, lançado e publicado pela “Edições CNBB”, tem-se, frequentemente, a impressão de que hoje a liturgia seja percebida mais como um problema a resolver do que como uma fonte da qual haurir, mas dom Geraldo discorda: “Graças a participação, especialmente, das equipes de pastoral litúrgica é que a vida litúrgica vai avançando em muitas comunidades”, observa.

Para o bispo, entretanto, permanecem alguns desafios, como é caso da formação litúrgica. Ele salienta que é preciso aprimorá-la sempre, inclusive nos seminários. “Precisamos aprimorar sempre a formação litúrgica seja do ponto de vista da reflexão, do estudo, da experiência, da vida litúrgica na comunidade de formação, como também a formação litúrgica de leigos e leigas, especialmente daqueles que tem função, ministério”, garante.

Catequese e Liturgia

O arcebispo de Mariana (MG) disse ainda que a catequese tem um papel fundamental no processo de amadurecimento da liturgia no Brasil. De acordo com ele, a catequese e a liturgia devem caminhar juntas para que aquele que passa pelo processo catecumenal possa inserindo-se na comunidade eclesial participar na vida litúrgica da Igreja. “Daí a importância de saber o que estamos celebrando, uma participação ativa, ninguém pode estar ali como mero espectador, ninguém pode sair de uma celebração do mesmo jeito que entrou. É preciso deixar-se tocar pela graça de Deus nesse momento de encontro pessoal com Jesus Cristo que se faz especialmente na liturgia”, afirma.

Também falando sobre catequese, o bispo enfatizou a importância do Documento aprovado na 55ª Assembleia Geral da CNBB ‘Iniciação à Vida Cristã: Itinerário para Formar Discípulos Missionários’: “Este Documento nos apresenta um itinerário de processo de formação do discípulo missionário. É aqui que está o segredo, aliás, é aqui que está o núcleo”. E completou: “É preciso que o cristão faça efetivamente uma experiência de encontro com Jesus Cristo e este encontro se dá sobretudo na palavra, na liturgia e no próximo”.

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