Dom Crippa: Proximidade e humanidade nos tornam capazes de levantar as pessoas

Foto: CNBB/Daniel Flores

Após a cerimônia de lançamento do Mês Missionário Extraordinário (MME), os bispos do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) celebraram uma missa com a intenção pela evangelização dos povos. A eucaristia foi presidida pelo bispo de Estância (SE) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Giovanni Crippa.

Em sua homilia, dom Giovanni refletiu sobre o texto do evangelho do dia, que narrou a ressurreição do filho de uma viúva, em Naim. O bispo destacou a atitude de compaixão de Jesus e relacionou com o ministério episcopal, citado na leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo: “Essa proximidade, humanidade é o que nos torna capazes de levantar as pessoas”, afirmou.

Relação com o MME
No início da homilia, dom Giovanni destacou a relação da passagem do Evangelho de Lucas com o lançamento do MME e da Campanha Missionária, ocorrido na sede da CNBB horas antes. O texto também remete às Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023): “Lucas diz que Jesus vai à cidade. Como não lembrar das nossas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora? Ele chega às portas da cidade”.

E Jesus encontra o morto e a viúva, “sinais do que ainda hoje nos interpela”, diz dom Giovanni. A multidão que acompanha Jesus na ida a Naim, vive também uma realidade de morte, pontua o bispo. Essa situação leva ao que é considerado o centro deste evangelho: a atitude de Jesus de sentir compaixão. “A realidade fez com que seu íntimo se solidarizasse”, afirma.

Numa proposta de conversão, dom Giovani lembrou que o Papa Francisco exortou certa vez que “não podemos ser cristãos se não tocamos a carne sofredora de Cristo nos irmãos”.

Proximidade capaz de transformar
Testemunha e ator da missão ad gentes, a grande motivação do MME, o bispo italiano chegou ao Brasil em 2001. Na época, estranhou os costumes calorosos do povo brasileiro, bem diferente daquilo que aprendeu na Itália. Esta memória dos tempos de padre missionário, serviram para destacar um processo de conversão que a missão o exigiu e as visitas pastorais missionárias próprias do ministério do bispo.

Recordando a primeira leitura, que aborda os ministérios episcopal e diaconal nos primeiros anos da Igreja, dom Giovanni afirmou que as visitas pastorais o motivam bastante e que, quando você volta às comunidades, fica 1h30 cumprimentando as pessoas. “Essa proximidade, humanidade é o que nos torna capazes de levantar as pessoas”, afirmou.

“No final, o jovem, pela palavra de Jesus, reviveu e o povo diz ‘Deus veio nos visitar’. São sinais tão pequenos que podem transformar a nossa vida e a vida dos irmãos”, disse, voltando ao Evangelho.

Missionários do CENFI | Foto: CNBB/Daniel Flores

O membro da Comissão para a Animação Missionária terminou a homilia pedindo a Deus “que sejamos capazes de gestos pequenos, mas que, na nossa humanidade, se tornem em grandes coisas pela graça, pelo sacrifício redentor de Cristo, que a realidade seja transformada. Que sejamos capazes de ser uma Igreja que toca, que se aproxima”.

A missa foi concelebrada pelo secretário-executivo do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Jaime Luiz Gusberti, e pelo diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício da Silva Jardim. Participaram da celebração, além dos bispos do Consep, os assessores das Comissões Episcopais Pastorais da CNBB, os colaboradores das POM e os 23 missionários estrangeiros que participam da 121ª edição do Curso de iniciação à missão no Brasil para missionários oferecido pelo CCM.

 

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