Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

 

Paz, solidariedade, caridade, ternura e hospitalidade são valores que caracterizam o tempo do Natal. É tempo para cantar a alegria, louvar a humildade, promover a simplicidade, resgatar a esperança e exaltar a verdade. A paz só é possível onde as ideologias cederem lugar à verdade!

O Natal traz em si uma força característica ao apresentar o nascimento de um menino anunciado como o Salvador e “alegria para todo o povo”, pois propõe um modo de viver e conviver distintos. A referência para quem se dispõe a fazer com ele o caminho é o presépio.

A alegria, a humildade, a simplicidade e a esperança da cena do Natal alimentam a utopia de “um novo céu e uma nova Terra”, onde novos modelos políticos, sociais e econômicos sejam possíveis; onde todos possam verdadeiramente participar dos bens da criação; onde não haja mais miséria e ignorância, mas todos possam se sentir irmãos e irmãs.

A utopia é irmã gêmea da esperança. A esperança encoraja e compromete com a novidade desejada e sonhada, com a utopia que o espírito do Natal reacende no coração de muitos.

O Natal é oportunidade privilegiada para o exercício da fraternidade, da solidariedade, da convivência harmoniosa e saudável, da sobriedade e da ternura. Esses elementos pressupõem compromisso com a justiça, gestões políticas e
econômicas transparentes e incorruptíveis, oportunidade de trabalho em condições dignas para todos, ou seja, desenvolvimento humano integral.

A noite do Natal é iluminada por uma estrela que brilha no horizonte. Existe uma estrela que pode orientar a humanidade! É sabido que as gerações futuras colherão aquilo que a geração atual semear no presente.

É possível passar o Natal futilmente, de forma extravagante, mercantilista ou indiferente. É também possível celebrar o Natal qual possibilidade de exercício e promoção do humano e do divino, da razão e da fé. Abençoado e Santo Natal!

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