Dom Mário Antônio da Silva toma posse como sexto arcebispo metropolitano de Cuiabá

O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Mário Antônio da Silva, despediu-se, na última semana, da diocese de Roraima, e tomou posse, no dia 1º de maio, como o sexto arcebispo metropolitano de Cuiabá (MT). A celebração na catedral basílica Bom Jesus contou com a participação de 19 bispos, incluindo o Presidente e o secretário-geral da CNBB.

No início da celebração, o agora arcebispo emérito, dom Milton Antônio dos Santos, deu as boas-vindas ao novo arcebispo, ressaltando que dom Mário chegava ao “centro geodésico da América do Sul, portanto, está vindo para o coração do Brasil, Cuiabá”.

Dom Mário afirmou, em sua homilia, que chega à arquidiocese de Cuiabá “com toda a serenidade, humildade e alegria, consciente de meus limites, mas totalmente entregue nas mãos de Deus”. Dom Mário recordou o comprometimento para o serviço citando seu lema episcopal: “Testemunhar e servir”. E pediu que o clero, as religiosas e os religiosos e os fiéis leigos o ajudem façam com ele o rege o lema do arcebispo. 

“E ajudem a dedicar minha vida e meu ministério episcopal a fazer com que Cristo ressuscitado seja um sinal vivo entre nós. Consciente de minha missão, peço a vocês orações e acolhida em seus corações, o que já não me negaram desde o dia da minha nomeação. Renovada gratidão e confiança”, disse dom Mário.

“Sejamos uma Igreja viva, dinâmica, missionária, não ter medo de ser uma Igreja profética, samaritana e misericordiosa. Uma Igreja que evangeliza, que trabalha pelo Reino de Deus”, motivou.

Proposta libertadora

Em sua homilia, dom Mário iniciou falando da proposta de Jesus, que é uma proposta libertadora, “que não se compadece, nem compactua com esquemas egoístas, injustos e opressores”. Por essa razão, “rejeitada e combatida por aqueles que dominam o mundo e que oprimem os fracos e o pobres”.

Recordando ser o caminho de Cristo um caminho de cruz, o arcebispo convidou a abraçar “a mística do crucificado-ressuscitado”. Quando isso não acontece, “corremos o risco de abraçar a lógica dos crucificadores”, os quais ameaçam, magoam, oprimem, exploram, perseguem e matam.

“Longe de nós a mística dos crucificadores. Não combina conosco. Nesta mística do Cristo crucificado-ressuscitado, amemo-nos uns aos outros como Ele nos ama”, afirmou.

Dom Mário Antônio da Silva exortou ainda a superar a admiração aos sinais de Jesus, mas aderir ao Evangelho Dele, tendo os mesmos sentimentos Dele, como ensina São Paulo.

O que vale dizer, abraçar as mesmas opções de Jesus Cristo, abraçar a cruz, e no nosso tempo, também os crucificados, como sinal sim de que admiramos, mas que também aderimos, seguimos e testemunhamos o Cristo crucificado-ressuscitado”.

Tu me amas?

Ao refletir sobre o Evangelho, dom Mário lembrou dos questionamentos feitos por Jesus a Pedro, diante da fogueira. Por três vezes, Jesus perguntou a Pedro se ele O amava.

Assim como Pedro, que responde aos questionamentos de Jesus, cada um recebe o questionamento também. Dom Mário, perguntou a dom Milton dos Santos quantas vezes isso pode ter ocorrido com ele e agradeceu pelo “testemunho de responder sim com o coração, com a vida inteira”. E continuou:

“Pescador de gente que avançou para águas mais profundas e continuará. Não terminou! E esse testemunho está gravado no coração da vida e da história desta Igreja. Quando ele convocou o sínodo arquidiocesano de Cuiabá (2004-2008). Sínodo: uma rede de comunhão, casa e escola de comunhão. Isso vai nos iluminar por muito tempo”, garantiu dom Mário.

Também ele comparou as fases de seu ministério episcopal com os questionamentos de Jesus, quando foi chamado a ser bispo auxiliar de Manaus (AM), depois para bispo de Roraima e agora arcebispo de Cuiabá.

“De um coração partido, eu estava em Roraima com o coração em partida, e hoje estou aqui com o coração acolhido e também acolhedor. ‘Mário tu me amas?'”

 

Ao final da celebração, dom Mário convidou o clero a caminhar junto com ele, o auxiliando nos seus limites. Pediu as orações e o apoio da vida religiosa consagrada e ressaltou o chamado de comunhão para toda a família arquidiocesana.

 

Votos e saudações

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, agradeceu a dom Milton dos Santos pelo testemunho e pelas “labutas missionárias” em Corumbá (MS) e em Cuiabá.

“A nossa reverência à sua missão, seu testemunho e seu empenho. A sua semeadura agora continua sobretudo com a sabedoria e a liberdade interior, que são tão importantes na nossa espiritualidade cristã”.

A dom Mário, o Presidente da CNBB desejou que faça o coração geodésico da América do Sul “pulsar com maior vigor missionário”, dando continuidade à história secular de evangelização no Mato Grosso.

“Nossos votos na comunhão bonita que realizamos como Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reconhecendo a beleza do seu testemunho, do seu serviço, pelo sentido de colegialidade fraternal, e por seu trabalho, fazendo essa companhia bonita conosco desse serviço desafiador, mas de grande importância à Igreja no Brasil. Quero, de modo especial, desejar-lhe vigor missionário, muita alegria e que o senhor possa fazer o coração missionário da Igreja de Cuiabá continuar a bater mais forte incansavelmente, para que todos possam responder ‘sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’. Conte conosco, a nossa comunhão, a nossa amizade, o nosso abraço fraterno”, disse dom Walmor.

 

O bispo de Sinop (MT) e presidente do Regional Oeste 2 da CNBB, dom Canísio Klaus, ofereceu a dom Mário a força e o apoio do colegiado episcopal mato-grossense. “Queremos garantir nossa proximidade na sua missão no pastoreio desta arquidiocese, e conosco também neste regional. A dom Milton, nossa gratidão, e conte conosco e continue conosco. Sempre precisamos da sua força na condução deste regional tão continental”.

Dom Canísio também agradeceu ao Regional Norte 1 e à diocese de Roraima pelo envio de dom Mário, como quem oferta algo e está pronto para também receber. O bispo agradeceu ainda aos pais de dom Mário, senhor Francisco e senhora Maria, “porque foi na Igreja doméstica que se iniciou esse processo de abrir as mãos, de levar um filho até o altar e dizer: ‘Oferecemos à Igreja, e onde a Igreja precisa dele, ele deve ir’. É por isso que ele está aqui hoje, porque aprendeu isso do lar, da família, sementeira de todas as vocações”, ressaltou.

Dom Mário foi nomeado pelo Papa Francisco como o sexto arcebispo de Cuiabá no dia 23 de fevereiro deste ano.

 

https://www.cnbb.org.br/papa-aceita-renuncia-de-dom-milton-antonio-dos-santos-e-nomeia-dom-mario-antonio-como-novo-arcebispo-de-cuiaba-mt/

 

Com informações  e imagens da arquidiocese de Cuiabá

Tags: