A cerimônia de entrega da 54ª edição dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aconteceu na quarta-feira, 23 de novembro, diretamente dos estúdios da TV Evangelizar, em Curitiba (PR).
Nesta edição o contemplado com a menção honrosa no Prêmio Irmã Dorothy Stang, que homenageia profissionais que se destacam ou se destacaram em sua atuação na comunicação, foi o jornalista britânico Dom Phillips, assassinado em junho de 2022, durante uma expedição no Amazonas.
O homenageado pela CNBB também deu a vida a favor dos povos que sobrevivem na Amazônia brasileira, assim como a irmã Doroth Stang, missionária norte-americana, que foi assassinada em Anapu, no Pará, em 2005.
“Dom era uma pessoa simples, gente como a gente”, disse sua esposa Alessandra Sampaio, em um vídeo gravado especialmente para a ocasião.

A homenagem destacou que Dom Phillips apresentou ao mundo uma Amazônia desconhecida. Vivendo no Brasil há 15 anos e apaixonado pelo bioma, ele trocou a cobertura no mundo da música para se dedicar ao socioambientalismo.
“Ele dizia que encontrava Deus na natureza, então comentávamos aqui em casa que somos filho da terra, somos a natureza. Como pode essa destruição toda está acontecendo e eu me pergunto hoje o porquê das pessoas que defendem as florestas serem assassinadas com tanta violência?!”, indagou Alessandra.
O jornalista se sentia a vontade na mata e alcançava as comunidades mais isoladas. Enxergava nuances impossíveis de serem vistas a distância.
“Ele conversava desde os indígenas até os garimpeiros. Ele queria ouvir todos os lados. E ele realmente queria entender a visão de mundo, o que as pessoas pensavam, o que as pessoas estavam fazendo ali na Amazônia”, enfatizou a esposa de Dom Phillips.
Ela explicou, ainda, que a pesquisa que Dom Phillips estava fazendo na Amazônia, para um livro, era “justamente para tentar encontrar formas de trabalhar com a conservação na floresta e, ao mesmo tempo, manter a dignidade das pessoas que moram na Amazônia”.
O sonho do livro e tantos outros foram interrompidos no dia 5 de junho de 2022 quando Dom Phillips e seu companheiro de expedição, o ambientalista Bruno Pereira, desapareceram no Amazonas.
“Para mim é muito significativo o Dom ter perdido a vida justamente em um lugar que ele amava, na Amazônia, onde ele encontrava Deus e estava trabalhando em um livro sobre conservação. Se ele morreu ali, ele encontrou Deus”, disse emocionada.
O prêmio, na versão da estatueta, chegará às mãos da viúva de Dom Phillips, por meio da arquidiocese de Salvador, na Bahia.
Assista o programa na íntegra: