Mergulhar na paz e na alegria do Reino!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

 

O tempo do Natal finaliza com a festa do Batismo do Senhor Jesus, no qual atualizamos e festejamos o nosso. Tem profundo sentido, pois o nascimento do Salvador, entre nós, tornando-se o Deus Conosco, comunica-nos a vida divina, somos filhos no Filho. Por outra parte, a epifania do Pai, mostrando toda a sua complacência no Cristo, o envia para a missão iniciando sua vida pública.

É verdade que Jesus não precisava ser batizado, mas o fez para solidarizar-se conosco mostrando o caminho da Nova Justiça do Reino e santificar as águas, matéria sacramental. Todo este significado de vida nova em Deus, filiação divina, fraternidade cristã que forma o Corpo de Cristo e nos torna Templos do Espírito Santo, ficam muito embaçados na vivência do nosso batismo.

Não se trata do desafio do batismo de crianças, mas de não possibilitarmos para as famílias que batizam uma inserção numa caminhada de iniciação à vida cristã. Embora o ritual tenha recuperado maior diafaneidade em relação aos símbolos e orações, bem como uma maior presença da comunidade, a mudança produzida por este sacramento não chega a manifestar-se na sua plenitude.

No entanto, como afirma o Papa Francisco, o tempo é superior ao espaço, e o batismo almeja desencadear processos nos quais a vida nova possa desenvolver-se e a criança, o jovem e o adulto neófitos (recém batizados, novas plantas), tenham a garantia de um crescimento e formação sistemáticas, para alcançar à estatura de Cristo, o homem novo. Sem esta continuidade na iniciação e na mistagogia, a introdução gradativa ao mistério cristão, corremos o risco de sermos uma Igreja de estatística, muitos batizados, mas pouca vivência e testemunho.

O batismo é fonte, raiz, nascedouro e manancial da existência cristã, que ao celebramos o batismo de Jesus, expressemos nossa gratidão e comprometimento de ser e viver plenamente a realidade da vida nova batismal. Deus seja louvado!

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