Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)

É sempre importante elevar a consciência e o valor do verdadeiro patriotismo, que honra e faz memória do legado de princípios éticos, espirituais e cívicos, que nos tornam um povo irmanado no desejo de partilhar uma Terra abençoada, um destino comum, e as melhores tradições de justiça, democracia, liberdade e paz.

Por isso, os cristãos fazem questão de celebrar a Pátria junto à esperança e o sonho de superar as exclusões e desigualdades injustas, com o grito dos excluídos na sua edição 27ª, em 2021. Num clima de polarização e de riscos de retrocesso institucional afirmamos, com a bandeira branca do diálogo, da paz e da busca de reconciliação entre todos os brasileiros/as, o lema do grito deste ano: “na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já”.

Queremos passar de uma cidadania tutelada ou assistida a uma cidadania emancipada, pois comemorar a independência implica, longe de renunciar à democracia e a uma governança cada vez mais republicana, em construirmos entre todos/as uma democracia de alta intensidade e participação. Um país que precise de armas, força ou salvadores, está fadado a criar o país orwelliano de 1984, onde o “Grande Irmão” decide por todos e controla a todos.

Acreditamos que ser patriota é amar incondicionalmente a todos, colocar-se como instrumento de diálogo a serviço do bem comum e do altruísmo, vibrando com o grandioso Pacto pela Vida e pelo Brasil, que supera ideologias e fronteiras partidárias e setoriais. Queremos vencer a pandemia, que levou 580.000 irmãos nossos, mas o faremos superando, também, as pandemias da mercantilização da vida, da devastação da Criação (rios, matas e florestas), do desmonte do Estado, da violência e da precarização e desemprego estrutural.

Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe de todos/as os brasileiros/as, renove nossa esperança, e nosso empenho, em trabalhar pela paz, justiça e equidade. Deus seja louvado!

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