Hoje, 29, a Igreja celebra o Domingo de Ramos, ocasião que abre a Semana Santa. Em preparação para o ápice do ano litúrgico, a Páscoa, os fiéis são chamados a vivenciar a entrada festiva de Jesus em Jerusalém e a compreender a Paixão do Senhor. Como gesto concreto da Campanha da Fraternidade de 2015, também ocorre a Coleta Nacional da Solidariedade – “Pão e Justiça para todas as pessoas”.
“Para nós cristãos, é a semana mais importante do ano litúrgico, em que a Igreja celebra, atualiza sacramentalmente os mistérios da paixão e morte e ressurreição do Senhor”, explica o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol.
Na liturgia, a celebração recebe o nome de “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”. Dom Bucciol explica que essa abertura da Semana Santa reflete na liturgia atual duas tradições. “Tem o relato de uma peregrina de nome Ethéria ou Egéria que conta, no quarto século, o grande afluxo de pessoas para celebrar em Jerusalém a entrada solene de Jesus, enquanto em Roma, com uma liturgia mais sóbria havia a proclamação da Paixão do Senhor. Mais tarde houve a unificação dos dois momentos. Portanto, eis que o primeiro dia da Semana Santa é o Domingo de Ramos e da Paixão”, recorda.
Sobre a vivência da liturgia do Domingo de Ramos, dom Armando Bucciol considera dois sentimentos prevalentes: a alegria e a compreensão. “A alegria pela chegada de Jesus em Jerusalém, é o Senhor que é acolhido pelos pobres, pelos simples, pelas crianças, que reconhecem nele o Rei messiânico, o Messias e Salvador. Portanto, a Igreja se abre para acolher Cristo como o Senhor em sua vida. E ao mesmo tempo, o preço que ele paga é a sua morte, é a leitura da Paixão com os textos bíblicos que nos preparam a compreender a Paixão como do Servo Sofredor, que doou sua vida pela humanidade”, resume.
Durante a Semana Santa, há o convite à reflexão sobre o seguimento a Jesus Cristo, uma revisão da vida. “A Igreja aconselha, ao longo da Quaresma ou nesta Semana Santa também, celebrar o sacramento da Penitência como momento de conversão, como sinal de uma expressão mais rigorosa, generosa e fiel de seguimento de Jesus Cristo”, diz dom Armando.
No Tríduo Pascal, é celebrada a liturgia da Eucaristia, da Paixão e da Ressurreição de Jesus. Em cada dia, há uma reflexão que pode ser feita. “Eis que no Tríduo Pascal revivemos a liturgia da Eucaristia, portanto, compreender melhor o que significa para nós celebrar a Eucaristia, o que é para mim?”, questiona. Para a Sexta-feira Santa, a intenção é olhar para a doação do Cristo crucificado. “Cristo que morre na cruz. Ele nos amou até doar a sua vida por nós. Como respondo em minha vida ao Cristo que se doa, que se torna servo obediente até a morte de Cruz. E depois, a luz da Páscoa que ilumina a nossa vida, com a vitória de Cristo sobre a morte”, enumera.
Coleta Nacional da Solidariedade
A Campanha da Fraternidade de 2015 (CF 2015) propõe o tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir” e a Coleta Nacional de Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos, irá destinar recursos ao projeto de combate à fome no mundo promovido pela Cáritas Brasileira, cujo lema é “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”. Outros projetos que preferencialmente atendam aos objetivos propostos pela CF também recebem aplicação dos recursos da coleta.
Todos os recursos arrecadados formam os fundos de solidariedade. Cada diocese encaminha 40% do total ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Os outros 60% formam o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) e permanecem nas dioceses para atender projetos locais.
Para o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, o gesto de contribuir com a Coleta Nacional de Solidariedade no Domingo de Ramos é um “gesto de partilha, de amor”.
“O gesto do Domingo de Ramos de darmos uma contribuição, a oferta da solidariedade para o Fundo Nacional de Solidariedade é esse gesto de partilha, de amor, de dizer assim ‘eu quero ajudar um irmão, eu quero ajudar os pobres, eu quero ajudar, os necessitados. Assim como Deus veio partilhar a sua vida conosco, nós queremos partilhar a nossa vida. Não é um dinheiro que nós damos. Nós é que nos damos na nossa oferta. Esse momento é muito significativo, muito importante porque, como Jesus, nós aprendemos a sair de nós mesmos e ir ao encontro das pessoas, especialmente das mais necessitadas”,explica.