Neste final de 2009, gostaria de fazer um balanço, não econômico, mas avaliador de alguns acontecimentos de que fizemos parte ou, pelo menos, deles fomos observadores. São muitos. Temos pois de selecionar e ter destes fatos um juízo de valor.
O primeiro, que infelizmente causou espanto a todos que acompanham a política nacional, foi a lamentável atividade do Senado do Brasil. Já a 30 de abril, neste espaço do Jornal da Manhã, lembrava-se “a pletora de diretores no Senado”; “o aumento do salário parlamentar de R$ 16.500,00 para R$ 24.000,00, além da verba indenizatória mensal”.
Neste mesmo Jornal a 2 de Julho pp. o artigo lembrava os funcionários fantasmas, os “atos secretos” de aumento de “verbas indenizatórias” e a existência de diretores “de garagem” e de “apoio aeroportuário”, todos altamente remunerados. Que nota o leitor daria ao Senado Brasileiro neste ano?
Em nível mundial, a Conferência do clima em Copenhaque não trouxe esperança, mas frustração generalizada. Os países ricos não estavam dispostos a cooperar para baixar o aquecimento global. Não houve acordo. Daí a frustração dos que esperavam algo de construtivo desta reunião mundial de importância vital para o mundo. Triste perda de tempo.
Na vida da nossa Igreja Católica, por graça de Deus, tivemos neste ano, dois marcos de suma importância. O primeiro foi a comemoração dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney que inspirou o Papa Bento XVI a decretar o Ano Sacerdotal. Quis assim o Santo Padre que o clero diocesano do mundo todo, à luz da vida exemplar do humilde Cura d’Ars, tivesse neste Santo um novo estímulo de santidade e de dedicação à Igreja. Por isto o constituiu patrono celeste de todos os sacerdotes diocesanos.
Mais notável e marcante foi o segundo fato. Numerosos anglicanos procuraram a Igreja Católica para serem por ela acolhidos, da qual nunca deveriam ter saído.
Pela Constituição Apostólica “Angliconorum Coetibus” o Papa atual criou um “Ordinariato”, isto é, uma diocese não-territorial, mas pessoal, com bispo próprio que goza de jurisdição pessoal sobre os seus diocesanos anglicanos. Os ministros casados continuam a viver a vida matrimonial no ministério sacerdotal, como já previra Paulo VI na encíclica de 24 de Junho de 1967. Esta volta para a Igreja Católica de um grupo significativo da Igreja anglicana é inesperado e feliz acontecimento neste ano que finda.
Na vida diocesana de Uberaba, tivemos a graça de enriquecer-nos com a Ordenação de cinco novos sacerdotes, que o Seminário São José formou e no-los deu para a seara do Senhor.
Com o ano novo que desponta, pedimos a imprescindível proteção de nosso Deus para iluminar-nos, sustentar-nos com suas mãos paternas e acompanhar nossos passos no correr do ano que se inicia. Feliz Ano Novo com a proteção dos céus.