Na manhã da segunda-feira, 17 de agosto, a arquidiocese de Manaus (AM) realizou uma coletiva de imprensa para tratar das mortes ocorridas na região do rio Abacaxis, no início do mês de agosto. Foram registradas, até o momento, seis mortes em decorrência de conflitos das comunidades locais com a Polícia Militar. A região abrange os municípios de Nova Olinda do Norte e Borba, no Estado do Amazonas.
Durante a coletiva, Maiká Schwade, da Comissão Pastoral da Terra – Regional Amazonas, enfatizou a recorrência das práticas denunciadas pelos povos indígenas, populações ribeirinhas e camponesas no estado, entre elas o “uso das forças de segurança pública para fins privados, particulares”. Maiká lembrou que os casos de tortura denunciados na região de Nova Olinda do Norte teriam sido praticados tanto na zona urbana do município quanto na zona rural, além das execuções que ocorreram na terra indígena Coatá-Laranjal e no rio Abacaxis.
Edna Pitarelli, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), evidenciou que “os indígenas seguem muito aterrorizados, inclusive os ribeirinhos, e estão sem água e sem comida com medo de se deslocarem”. As comunidades denunciam que a polícia deixou os corpos de três vítimas boiando por dias no rio, próximo a uma das comunidades, o que deixou a água imprópria para o consumo.
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