É o que escreve Dom Joe S. Vásquez, bispo de Austin (Texas) e Presidente da Comissão para as Migrações da Conferência Episcopal Americana (USCCB/COM), na carta enviada a todos os membros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em relação a duras leis sobre a imigração que devem ser discutidas neste semana pelo Parlamento.
“Esperamos – disse o prelado – que haja a oportunidade de dialogar com os legisladores e discutir possíveis oportunidades para ulteriores compromissos, particularmente no que diz respeito aos efeitos sobre as famílias e os mais vulneráveis. “
Os chamados “Dreamer” são cerca de 800.000 imigrantes levados para os EUA por seus pais, clandestinos, quando eram crianças. Para protegê-los, o presidente Barack Obama instituiu o programa DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância). Donald Trump suspendeu o programa.
Dom Vasquez escreveu uma primeira carta em janeiro do ano passado, opondo-se ao projeto de lei H.R. 4760, também ele em discussão esta semana, e que prevê a redução dos vistos para trabalhadores no setor agrícola, a redução de vistos para o reagrupamento familiar, financiamentos para construir o muro fronteiriço com o México e o aumento de agentes empregados no Departamento de Segurança.
Na carta divulgada na terça-feira, 19, e enviadas à Agência Fides, Dom Vásquez explica: “Meus irmãos bispos e eu, apreciamos o esforço dos Representantes para encontrar uma solução legislativa para os ‘Dreamer’, adotando medidas sobre a imigração na Câmara dos Representantes. Acreditamos que tal legislação deva ser imparcial, oferecer aos Dreamer um caminho para a cidadania, ser a favor da família, proteger os vulneráveis e ser respeitoso da dignidade humana no que diz respeito à segurança e ao reforço das fronteiras”.
No entanto, repercutiram em todo o mundo os vídeos com os choros das crianças estrangeiras, separadas de seus pais e trancadas em centros de detenção por causa das novas regras relativas à imigração, uma consequência da “tolerância zero” na fronteira mexicana.
A questão é amplamente debatida em todos os níveis, como testemunha também a iniciativa da Igreja Metodista Unida, que condena o procurador-geral Jeff Sessions pela política do governo Trump, de separar as famílias de imigrantes sem documentos, na fronteira sul dos Estados Unidos.
A carta, assinada por 640 fiéis, sacerdotes e líderes da Igreja Metodista, afirma: “Baseados no parágrafo 2702.3 do Livro da Disciplina da União Metodista, acusamos Jefferson Beauregard Sessions, o procurador-geral dos Estados Unidos, de crimes envolvendo abuso de menores, imoralidade, discriminação racial e difusão de doutrinas contrárias aos padrões da doutrina da Igreja Metodista Unida.
Na carta é afirmado que “enquanto outros indivíduos do governo federal estão envolvidos em cada um desses exemplos”, Jeff Sessions, para ser um Metodista, encontra-se em uma “uma posição pública tremendamente poderosa”, da qual os signatários se sentem responsáveis: “temos uma obrigação ética de falar corajosamente quando um de nossos membros está envolvido em causar danos significativos “.
(Texto e foto: Vatican News)