Obra indicada:

BLANK, Renold. J. Escatologia do mundo: o projeto cósmico de Deus: Escatologia II. São Paulo, SP: Paulus, 2000. 343 p.

Autor (breve apresentação) :

Teólogo leigo, natural da Suíça, possui doutorado em Teologia dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e doutorado em Filosofia pela Universidade de Fribourg. Professor do Instituto Teológico de São Paulo, professor da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e Professor do Instituto Teológico Pio XI. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia dogmática, atuando principalmente nos temas relativos à Escatologia.

Sinopse:

O livro descreve, nas primeiras três unidades, as bases da esperança cristã, partindo da fé no Deus de Israel, especialmente trabalhando profecias, promessas e apocalipses. Em seguida, aborda os fundamentos do milenarismo e a recepção das imagens apocalípticas no discurso cristão. A quarta unidade aprofunda o significado da Escatologia, distinguindo a concepção católica da protestante e discute a problemática do discurso escatológico tradicional. A quinta unidade aprofunda questões de Escatologia na Teologia contemporânea, destacando o pensamento de Bultmann, Teilhard de Chardin e do Concílio Vaticano II. A sexta unidade explicita o que o autor denomina os princípios básicos de uma Escatologia transformadora do mundo, aliando a temática ao compromisso com a História. Relaciona salvação e libertação e desenvolve uma pequena seção sobre a questão do ambiente. Conclui a unidade, apontando a missa como imagem do processo escatológico do mundo. A sétima unidade trabalha algumas noções de Escatologia, a partir do Reino de Deus. Nesse ponto, aborda a dimensão apocalíptica na pregação Jesus, o caráter dialético e escatológico do Reino, suas realizações concretas e sua força de transformação da realidade. Apresenta o Reino como a grande utopia de um mundo que perdeu as utopias. Em seguida, desenvolve um estudo sobre o fim do mundo, dialogando com a Cosmologia, a Psicologia e a Teoria da evolução. Rejeita a tese de que o fim seja um holocausto cósmico e sustenta, com o Vaticano II, que, no fim, não haverá destruição, mas transformação de tudo. Segue refletindo como Jesus modifica a visão apocalíptica milenarista e descreve o paradigma do processo dinâmico e dialético inaugurado por Jesus. Propõe, então, a ressuscitação de Jesus como ato escatológico exemplar de Deus. A seguinte seção da unidade estuda o tema da Parusia, tratando das mudanças históricas na expectativa da vinda de Jesus, no final dos tempos. E sustenta sua tese, discutível, de que a esperança na Parusia deve assemelhar-se com as mesmas características que marcaram o agir de Deus até hoje. O autor prefere uma noção de Parusia como modelo processual. Em seguida, versa sobre o juízo e defende a ideia de que o juízo final coincide com a morte de cada pessoa. Blank afirma que, para o cosmo, a Parusia se realizará no momento de sua plenificação. Distingue, nesse sentido, de certa forma, a Escatologia histórica da cósmica. Contudo, ressalva que os critérios do julgamento são os mesmos: aqueles contidos na parábola de Mateus 25 sobre o juízo. O livro termina referindo-se ao projeto escatológico de Deus, que implica a salvação do cosmo inteiro, quando haverá novos céus e nova terra.

Partes principais da obra:

1. As bases de nossa esperança

2. Da Teologia escatológica dos profetas até aos apocalipses

3. Os apocalipses ou a esperança apesar de tudo

4. O discurso escatológico tradicional da Teologia cristã

5. Esperança histórica e esperança escatológica no discurso teológico contemporâneo

6. A nova Escatologia transformadora do mundo

7. Noções fundamentais do discurso escatológico contemporâneo

Por que essa obra é referencial ou relevante (justificar):

A obra é continuação da Escatologia que o autor apresenta no livro Escatologia da Pessoa. Blank reflete sobre a Teologia, dialogando com dados filosóficos e científicos. Apesar de algumas posições questionáveis, é possível encontrar uma importante e ampla abordagem da temática. O texto é referencial para quem pretende aprofundar a Escatologia cristã numa perspectiva transdisciplinar. Mas é necessário fazer o confronto com outras leituras sobre o tema, pois é discutível a tese que faz coincidir a ressurreição e o juízo final com a hora da morte de cada pessoa. É interessante fazer uma comparação de posicionamentos para refletir melhor a Teologia das realidades últimas e enriquecer o debate.

Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua):

Pe. Leomar Antônio Brustolin, Diocese de Caxias do Sul – Professor na Faculdade de Teologia da PUCRS – Porto Alegre-RS.

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