Obra indicada:

BLANK, Renold. J. Escatologia da pessoa: vida, morte e ressurreição: Escatologia I. São Paulo, SP: Paulus, 2000. 343 p.

Autor (breve apresentação) :

Teólogo leigo, natural da Suíça, possui doutorado em Teologia dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e doutorado em Filosofia, pela Universidade de Fribourg. Professor do Instituto Teológico de São Paulo, professor da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e Professor do Instituto Teológico Pio XI. Tem experiência na área de Teologia dogmática, atuando principalmente nos temas relativos à Escatologia.

Sinopse:

A primeira unidade da obra trata das diversas atitudes diante da morte, fazendo considerações clínicas e psicológicas. Inclusive aborda o cuidado aos moribundos e o comportamento do ministro religioso e seu discurso diante do morrer.

A segunda unidade recupera o sentido teológico da morte, a partir da experiência bíblica, e o enfraquecimento dessa concepção, ao longo da História, decorrente do medo e da culpa que se fortaleceram. Conclui a seção, sugerindo a formação de conceitos positivos sobre a vida após a morte.

A terceira unidade aborda o problema da morte, do corpo e da alma. Defende a ideia de que a alma não se separa do corpo, rebate o dualismo e assume a posição crítica baseando-se no pensamento de teólogos da década de 70, como Ladislaus Boros. No capítulo 6 dessa seção, sustenta a tese de que a ressurreição acontece na morte. Conclui, afirmando que a morte não é aniquilação do ser humano, mas a transformação do seu ser. Na morte, a identidade fica preservada, e o ser humano, então, conhece-se a si mesmo.

O juízo particular, entendido como o primeiro encontro da pessoa com Deus, é a reflexão que abre a quarta unidade, na qual desenvolve o conceito bíblico de justiça e coloca o amor como medida do juízo. Num segundo capítulo, põe em foco o purgatório como processo possível de conversão e evolução. Defende que não se trata de um lugar no tempo e insiste no caráter salvífico dessa purificação. No capítulo 3, reflete sobre o inferno como possibilidade de o ser humano, livremente, rejeitar a salvação. Encerra o capítulo, tratando do impacto psicorreligioso que a ideia de inferno causa nas pessoas, especialmente gerando mecanismos de agressividade e vingança. O último capítulo da unidade apresenta o céu como destino final do ser humano e identifica o céu com a salvação: vida em plenitude.

A quinta unidade relaciona a Escatologia individual à coletiva. Como o autor sustenta a ressurreiçào na morte, sua visão de juízo final implica a sua ocorrência na morte de cada indivíduo, como dimensão social do primeiro juízo, de caráter mais pessoal. Finalmente, explicita a prática do amor e a conversão profunda como formas de enfrentar a condição humana mortal.

Partes principais da obra:

1. A Fenomenologia da Morte: nós todos nos confrontamos com a realidade da morte.

2. Pressupostos teológicos de uma nova Teologia da morte para o homem de hoje.

3. A experiência do ser humano na morte.

4. Nossa vida depois da vida: a grande mensagem teológica da esperança.

5. Salvação implica também o mundo e toda a sua história: a grande verdade do juízo final.

Por que essa obra é referencial ou relevante (justificar):

A obra é relevante, porque seu autor é um pesquisador do tema, há diversos anos, tem várias publicações no Brasil e realiza muitas assessorias sobre Escatologia. Sua reflexão é atual e fundamentada transdisciplinarmente. Embora Blank assuma a posição, questionável, da ressurreição na hora da morte, a sua reflexão e os seus esquemas permitem ampliar o conhecimento teológico sobre a Escatologia individual. É interessante, contudo, fazer uma comparação de outros posicionamentos e leituras sobre a Escatologia, para refletir melhor a teologia das realidades últimas e enriquecer o debate.

Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua):

Pe. Leomar Antônio Brustolin, Diocese de Caxias do Sul – Professor na Faculdade de Teologia da PUCRS – Porto Alegre-RS.

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