Dada a importância que a região amazônica representa para todo o planeta, o papa Francisco convocou em outubro de 2017, um Sínodo dos Bispos para a região Pan-amazônica. O objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização dos povos, especialmente dos indígenas, ribeirinhos e também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão do mundo. O Sínodo será realizado, em Roma, em outubro deste ano.
Nesta perspectiva sinodal e pensando em conhecer a realidade de comunidades, principalmente àquelas com dificuldades em construir capelas e igrejas, a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Setor Espaço Litúrgico, desenvolveu o projeto “Espaço Litúrgico para a Amazônia”. A ideia é propor, de acordo com as reais necessidades, projetos arquitetônicos com materiais alternativos e da própria região.
Segundo o padre Thiago Faccini, assessor do Setor Espaço Litúrgico, a iniciativa nasceu dos relatos de padres da região Amazônica que apresentavam as dificuldades das comunidades, privadas de espaços adequados para reunião e celebração, solicitando ajuda na busca de soluções adequadas à realidade local. De acordo com ele, alguns também revelaram dificuldades no tocante à construção de capelas e igrejas e pediram assistência na elaboração de projetos que fossem sustentáveis e viáveis para as Igrejas locais.
Face ao contexto e aos apelos das igrejas da Amazônia, o projeto foi aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB. A Comissão para a Amazônia da entidade também é uma parceira na realização. “O projeto tem duas linhas, a primeira mais educativa onde visa oferecer cartilhas com orientações e sugestões de como organizar o espaço celebrativo e a segunda são projetos concretos com materiais alternativos que visam responder ou atender a realidade da Amazônia Legal”, explica o padre Thiago.
Com o intuito de viabilizar a proposta, o Setor Espaço Litúrgico convidou arquitetos e demais profissionais cristãos para assumir a missão de contribuir com a igreja da Amazônia. “Os arquitetos estão propondo projetos de igrejas feitas com materiais da própria região, ficando mais barato e fazendo com que a igreja (templo) fique com a cara da região amazônica”, explicou o padre. Entre os projetos apresentados estão a da arquiteta Maria Inês Bolson Lunardini, de Porto Alegre (RS) e o arquiteto Nery Auler da Silva, de Soledade (RS), que consiste em uma igreja de bambu.
Segundo o padre Thiago os projetos até então estavam em fase de estudo, e agora serão apresentados às comunidades para que possam ser construídos. “O Setor está à disposição das comunidades para auxiliá-las a terem seus espaços de celebração”, finaliza.