Evangelizar é Comunicar

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Nos dias 24 a 27 de julho realiza-se, em Aparecida do Norte, o 4° Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação. O encontro vem confirmar a opção da Igreja Católica pela comunicação, ciente de que, conforme reza o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil “a evangelização é sempre comunicação, e toda a vida da Igreja é permeada pela comunicação” (Doc 99 da CNBB, n. 232).

O diretório foi aprovado pelos bispos do Brasil na assembléia geral da CNBB em abril do corrente ano. Se colocado em prática, “ajudará a Igreja na sua missão evangelizadora, na sua presença samaritana, consoladora, libertadora”. Conforme o Papa Francisco, “quem comunica faz-se próximo”, uma vez que “comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus” (n. 119).

Até os anos 60, a Igreja tinha reticência aos meios de comunicação social, buscando “preservar os fiéis da influência negativa da imprensa”. A partir do Vaticano II, “os recursos da comunicação passaram a ser reconhecidos como verdadeiras maravilhas da civilização contemporânea” e o magistério “passou a defender o direito de usar esses recursos” (220), uma vez que é impossível “cumprir o mandato de Cristo, sem utilizar as vantagens oferecidas por esses meios” (155).

O Diretório de Comunicação parte do princípio de que, na criação, “Deus revelou-se como autor e comunicador da vida” (34). Por isso, “a comunicação, em sua natureza e manifestação, é a expressão do amor de Deus” tornado visível em Jesus Cristo. Em sua vida terrena, Jesus se mostrou um exímio comunicador, expressando-se em linguagem simples, falando por meio de parábolas e se aproximando com atitude acolhedora “da mulher, da criança, do órfão, do pobre, do sofredor e do centurião” (44). Ele anunciava o Reino de Deus através de palavras e exemplos.

A preocupação com a comunicação deve perpassar todas as atividades da Igreja, a começar pela liturgia, passando pela catequese, grupo de jovens, pastoral familiar, serviço da caridade, grupo de família, movimentos eclesiais, cursos de formação e administração dos bens. Não é possível ser agente de pastoral sem cuidar da comunicação.

Às tradicionais formas de comunicação foi agregada a comunicação digital. Não a podemos ignorar, mas precisamos “promover a presença da Igreja neste ambiente, como um lugar de testemunho e anúncio do Evangelho” (194), conforme nos pedem os últimos papas.

O Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, além de nos desafiar a nos valermos dos variados meios de comunicação, também nos apresenta alguns princípios que devem nortear as nossas ações. Por isso, os agentes de pastoral e os profissionais que trabalham nos Meios de Comunicação Social, são convidados a se inteirar do conteúdo deste importante documento da Igreja.

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