“A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza arespeito do que não se vê.”
“ Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados.”
“ Pela fé reconhecemos que o mundo foi formadopela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível.” – Carta aos Hebreus (11,1-3)
Amados Irmãos
São PauloSão Paulo não tinha Fé, perseguia cristãos. Deus espera-o na estrada da sua Vida, no surpreendente caminho a Damasco: “Paulo — diz-lhe — não penses sequer em empinar-te, em dar patadas como cavalo desenfreado. Eu sou aquele Jesus que tu persegues. Tenho desígnios sobre ti. É necessário que tu mudes!”. (Atos dos Apóstolos 9,5)
O grande guia de São Paulo, e de cada um de nós, é Deus. Porém, Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair”. (São João 6,44)
A Fé não é um material para experiências da razão humana, mas sim o fundamento sólido, a hipóstase (união da natureza humana e da natureza divina, na pessoa de Cristo, modelo de Homem), sobre a qual podemos viver eternamente ou dormir na morte infinitamente. Efetivamente, a nossa fé não é uma ideologia, mas a adesão ao Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor.
A Fé, sendo o fundamento da essência humana, alcança certezas. As certezas que a fé nos dá, abrem oportunidades, para solucionar uma vida atormentada, de sofrimentos de todos os tipos.
Nasce aqui a pergunta: é possível ter uma Fé autêntica, jamais cega ou alienada, mesmo quando se abate o sofrimento na vida do Homem?
O Apóstolo São Paulo, em todas as suas cartas, demonstra que a verdadeira Fé, ou se desenvolve na mente de cada homem por convencimento e convicção da sua necessidade em transcender, em reconhecer a origem de todas as coisas, em adquirir um sentido na alegria e no sofrimento, ou não existe condição possível para o homem amar e ser amado, ou seja, não existem meios para o Homem de Fé se desenvolver.
Também, nos faz entender que a Fé não pode ser imposta como um dever. A Fé é uma condição ao Amor. Se o amor, o maior dom da vida está perto de mim, se posso estar convencido de que aquele que me ama está perto de mim, mesmo em situações de tribulações, permanece no fundo do coração, e da mente, a Fé que é maior do que todos os sofrimentos.
Afinal, apenas os sofrimentos, em conformidade com uma Fé autêntica e genuína, tornam-se a porta para entrar no Mistério do Redentor, no Mistério da Salvação. No Mistério de um Deus que, assumindo a nossa natureza humana, se anulou até se fazer “pecado em nosso favor” (2 Cor 5, 21). Eis por que o crente pode dizer com São Paulo: “Agora alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja.” (Col 1, 24).
Mesmo a doença e a morte, permanecendo na existência terrena, per-dem o seu sentido negativo, para o Homem de Fé autêntica, que vive eter-namente. À luz da fé, a morte do corpo, vencida pela de Cristo (cf. Rm 6, 4), torna-se a passagem obrigatória para a plenitude da vida imortal.
Na medida em que aceitamos viver nestas condições de Amor, nossa Fé cresce naturalmente, e a presença do Cristo se faz mais perceptível. Naturalmente, este é um esforço de superação da debilidade humana, um exercício de incorruptibilidade, ao optar pelo caminho mais difícil na maioria de nossas escolhas na vida.
Necessariamente, precisamos ser ajudados, para restabelecer nossa integridade, condição indispensável para a presença de Deus em nós.
Nas incontáveis situações difíceis, alguém pode encontrar-se realmente um pouco desesperado, não vê como possa ter uma Fé autêntica. Nesse momento precisa da consolação, precisa do próximo, precisa dos ensinamentos da Igreja. Sua aflição interior, sua falta de Esperança e Fé pode apenas se transmudar em obra do Espírito Santo, do Consolador, nestas condições: sendo amado pelo próximo, sob a proteção dos ensinamentos e acolhimento na Verdade da Santa Madre Igreja. Assim, os sofrimentos transformam-se na construção autêntica de coragem e cumplicidade com os sofrimentos do Cristo, portanto a condição perfeita do Espírito Santo atuar no caminho do sofredor provendo-o de Fé genuína.
Nossa Fé é a única força, que silenciosamente e sem clamores, muda o mundo e o transforma no Reino de Deus. Quando o Homem alcança a Fé autêntica, sua mente e coração ficam repletos de Amor e reconhecimento ao Pai. Nossa Fé é nosso suspiro do Espírito, um clamor de nossas almas que penetra no Coração de Deus.
Apenas alicerçada na Fé, nossa Esperança é revigorada e se exprime espontaneamente numa prece infatigável.
“Quando o Filho do homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?” (Lc 18, 8).
Declaremos a Nosso Senhor Jesus Cristo o Amor. Cremos que a Fé, não sendo apenas um sentimento isolado, e de ordem meramente natural, reinará sobre a Terra.
Declaremos a Nosso Senhor Jesus Cristo o Amor. Cremos que a Fé é a mais genuína concordância de nossa Alma à Verdade revelada por Deus, que purifica nossas mentes e corações, então reinará sobre a Terra.
Purificando pela Fé os corações. (At 15,9).
Declaremos a Nosso Senhor Jesus Cristo o Amor. Cremos que a Fé esclarece qual a melhor escolha a seguir rumo ao Bem, por isso reinará sobre a Terra.
Declaremos a Nosso Senhor Jesus Cristo o Amor. Cremos que a Fé nos faz resistir.
Se estás em pé, é pela Fé (Rm 11,20)
O justo vive da Fé, diz São Paulo (Gl 3,11)
E por fim, declaremos uns aos outros que a Fé precisa reinar sobre a Terra, com a mesma coragem daquela de São Paulo, o verdadeiro mestre na Fé: Consolemo-nos juntos na Fé que nos é comum, a vós e a mim (Rom 1,12).
