A Festa da Exaltação da Santa Cruz, celebrada nesta quinta-feira, dia 14 de setembro, recebe especial envolvimento dos fiéis da arquidiocese de Teresina (PI). Desde o dia 5 de setembro, o Santuário de Santa Cruz dos Milagres acolhe milhares de romeiros para os festejos.
Neste dia em que se recorda a tradição da cruz encontrada por volta dos anos 300 em Jerusalém por Santa Helena e a dedicação das Basílicas do Gólgota e do local do sepultamento e ressurreição de Jesus, a Igreja quer recordar que todos foram salvos por Jesus, “que na cruz deu a sua vida por nós”. A reflexão do arcebispo de Teresina, dom Jacinto de Brito Sobrinho. “Todos os crucificados da história podem encontrar em Jesus um sentido para sua dor, para seu sofrimento e suas lutas. E a Igreja quer nos encorajar hoje a doar a nossa vida por causas nobres, porque aquele que foi adiante de nós nos dá o testemunho e nos ajuda a compreender que, de fato, quem doa a sua vida ganha, e não perde”, ensina o bispo.
Recordando a tradição ligada à festa, dom Jacinto explica que a Igreja transformou o acontecimento envolvendo Santa Helena em uma ocasião para chamar atenção para o mistério da salvação: “Lembrar que foi sobre a cruz, esse instrumento de suplício, que aquele que vencera na árvore do paraíso foi vencido na árvore da cruz. São João diz no seu Evangelho que Jesus foi exaltado na cruz e a Igreja preferiu essa dimensão bíblica e essa nomenclatura bíblica – exaltação – para dizer que a cruz foi como um trono de glória onde o rei da vida decretou vida para todos os seres humanos”.
Santuário arquidiocesano
Localizado a cerca de 190 quilômetros da sede da arquidiocese, no município que dá nome à paróquia, o Santuário de Santa Cruz dos Milagres teve sua história iniciada em 1953, quando foi erguida a primeira igreja naquele local, “um templo visível para reunir os fiéis que, sobretudo no dia 14 de setembro, ali se encontram precisamente para venerar a Santa Cruz”, recorda dom Jacinto.
No ano passado, foi inaugurado o santuário com maiores dimensões, com capacidade para mais de 10 mil pessoas, local onde é celebrado o novenário que precede a festa. Dom Jacinto ressalta a reestruturação do santuário tanto no campo físico, quanto pastoral, com padres diáconos e leigos a serviço e mobilização nos meios de comunicação, por exemplo. Tais medidas estão fazendo, conta o arcebispo, com que a afluência não seja apenas em datas específicas, mas diariamente pessoas vão ao local “para render graças a Deus por graças recebidas”.
A parte catequética também tem sido priorizada. A arquidiocese providenciou folders de aprofundamento sobre o sentido da Cruz.
“Essa participação maciça dos fiéis se deve à piedade popular, que é um grande trunfo para evangelização. Nós estamos fazendo de tudo para que um conteúdo bíblico tome conta cada dia mais do âmbito do santuário, tudo baseado na palavra de Deus, na Sagrada Escritura para que as pessoas saiam de lá renovadas em sua fé e com mais vértebra para sua devoção”, diz.
Dom Jacinto Brito preside a celebração nesta quinta-feira. Sua mensagem aos fiéis romeiros remota à questão da cruz como árvore da vida e a presença de Maria junto à cruz, por ocasião do Ano Mariano. O bispo vai falar sobre o papel de Nossa Senhora como cooperadora na história da salvação e na obra da redenção. “O papa São João Paulo II fala disso na sua encíclica a Mãe do Redentor (Redentoris Mater) e quero enfatizar justamente esse papel cooperador de Maria à cruz do Senhor no momento alto da nossa redenção”.
Os festejos no santuário de Santa Cruz dos Milagres (PI) para a Festa da Exaltação da Santa Cruz recebem milhares fiéis de todo o país. Neste ano, as celebrações tiveram início no dia 5 de setembro e encerram nesta quinta-feira, 14 de setembro. Em sintonia com o Ano Nacional Mariano, o tema proposto é “Filho, eis aí a Tua Mãe” (Jo 19, 27). De acordo com os organizadores, a programação evidencia a importância das famílias para o santuário, terceiro maior destino de romaria da região Nordeste e único reconhecido pelo Vaticano no Piauí.
A festa já é tradicional e faz parte do calendário religioso do estado. A programação inclui várias celebrações, carreatas e procissão. Além do tema, a sintonia com o Ano Mariano se dá com a presença de padres cujas paróquias têm como padroeira um dos títulos de Nossa Senhora.