Dia 07 de fevereiro deste ano de 2010 a Paróquia de Dom Feliciano (RS) dedicada a Nossa Senhora de Czestochowa, viu partirem os Padres da Sociedade de Cristo, após 52 anos de presença apostólica. O Padre Provincial, Zbigniew Minta, explicou a retirada dos padres.
O Cardeal Augusto Hlond criou a “Sociedade de Cristo para os Poloneses Emigrados” em setembro de 1932, sob o lema: “ Tudo para Deus e pelos poloneses emigrados”. Os migrantes poloneses vieram em busca de terra para plantar, pois 95% eram agricultores. Se não foi fácil os poloneses se adaptarem à língua portuguesa e à cultura gaúcha, os descendentes deles já falam e entendem o português e se sentem brasileiros.
No entanto uma nova onda de migrantes deixa a Polônia em busca de melhores condições de vida. Muitos se instalam nos portos da Inglaterra, da Austrália etc. Estes migrantes estão sem nenhuma assistência religiosa. Por isso os padres da Sociedade de Cristo são obrigados a deixar as paróquias cujos habitantes já estão inculturados e ir em busca dos novos migrantes, abandonados pelos portos do mundo.
Considero os padres poloneses verdadeiros heróis. Eles mesmos tiveram que aprender a língua portuguesa e se adaptar a uma cultura estranha. A começar pelo arroz e feijão! Mas também pela maneira diferente de evangelizar e de fazer a pastoral do povo de Deus, com ampla participação dos fiéis leigos.
E eles conseguiram! Por exemplo, a Paróquia de Dom Feliciano foi pioneira em formar ministras e ministros em todas as comunidades, catequistas, diretorias administrativas, grupos de famílias, equipes de liturgia. O que acarretava uma certa descentralização da autoridade sacerdotal. Isto exigia uma verdadeira conversão pastoral. Um missionário confessou: “valeu a pena passar por essa conversão! Sinto-me feliz e realizado”.
O povo de Dom Feliciano estava receoso que o sucessor dos padres poloneses poderia não compreender a tradição, as festas polonesas e o belo folclore local. Qual não foi a alegria quando o novo Pároco, Padre Tomás, avisou: “A missa semanal em língua polonesa continua no horário de sempre”! Graças a Deus, nossa Diocese acolhera no presbitério um padre nascido na Polônia, bem integrado em nossa pastoral e inculturado no Brasil, Padre Tomás Januszewski, que agora é o pároco de Dom Feliciano. Deus é Providente.
Aos padres da Sociedade de Cristo, nossa gratidão e votos de feliz ministério entre os migrantes hodiernos. Deus os acompanhe e abençoe!
