Hidrografia para defender e salvar nossos rios

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos

 

No dia 28 de setembro, comemoramos o Dia do Hidrógrafo, como homenagem a Manuel Antônio Vital de Oliveira, patrono da hidrografia, nascido neste dia, na cidade de Recife, em 1829. Ingressou na Marinha, em 1843, e, já comandante do iate Paraibano, fez o primeiro mapeamento hidrográfico entre a foz do Rio Mossoró e a do Rio São Francisco. Foi autor da Carta Geral da Costa Brasileira, morrendo servindo com fidelidade à Marinha brasileira, em combate na Guerra do Paraguai, no dia 02/02/1867. Hoje, na vigência do Código Nacional de Águas, sabemos quão importante é o controle social das bacias hidrográficas e a defesa da água como um bem público a serviço dos Povos e criaturas do planeta. Nossos rios são artérias que comunicam vida e permitem a integração sustentável de regiões. Diante de interesses econômicos, centrados na mercantilização da vida e na privatização das águas, somos desafiados a mobilizar cada vez mais na defesa, proteção e justiça reparadora para nossos rios, garantindo a primazia da vida, especialmente das populações ribeirinhas, pescadoras, camponesas e o abastecimento equitativo às cidades como prioridades. Notamos, no debate eleitoral, salvo exceções, a falta de uma reflexão lúcida e conseqüente sobre políticas hídricas e de um olhar responsável sobre justiça ambiental sustentabilidade e preservação da Criação. Quando limitamos a noção de segurança ao assunto armas e repressão, esquecemos que, sem água, morreremos todos (as) por igual junto com todas as criaturas. Não se trata de catastrofismo ou alarmismo, mas de uma total defasagem entre o consumo hídrico, as demandas crescentes e a capacidade de provisão. Quando esquecemos nossa condição de filhos da Terra e não cuidamos dos rios, das águas, das nascentes, estamos caminhando para um colapso global da nossa civilização. Votemos em candidatos que possuam uma visão holística (do todo) das conexões e redes da vida, protegendo os rios e biomas, pois se não os salvarmos, estaremos nos destruindo e tornando inabitável nosso querido planeta. Deus seja louvado!

 

 

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