Dom Adelar Baruffi
Arcebispo de Cascavel (PR)
A Igreja é uma “sinfonia vocacional” (Mensagem do 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações). Como, neste ano, que vivemos o nosso Ano Vocacional, que já iniciamos em 20 de novembro de 2022, vamos recordar este ponto. Nosso Papa Francisco escreveu, mais uma mensagem para o 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no dia 30 de abril de 2023, com o tema Vocação: graça e missão. Ele inicia recordando, com alegria dos sessenta anos dos escritos que partiram de São Paulo VI e que: “Esta providencial iniciativa visa ajudar os membros do Povo de Deus a responder, pessoalmente e em comunidade, à chamada e à missão que o Senhor confia a cada um no mundo de hoje, com as suas feridas e as suas esperanças, os seus desafios e as suas conquistas”.
“Escolhidos antes da criação do mundo”. Este é o primeiro ponto. “Deus concebe-nos à sua imagem e semelhança e quer-nos seus filhos: fomos criados pelo Amor, por amor e com amor, e somos feitos para amar” (Idem). O Papa recorda quando no ano de 21 de setembro de 1953, a caminho de uma festa anual do estudante, sentiu que devia se confessar. Este é o caminho dele, do Papa Francisco. Quando somos chamados a um encontro desses, devemos ir. Deus nos acolhe com um grande amor que tem para conosco. Este sentido da vocação vai se desenvolvendo, gradativamente. Ele inicia conosco, com cada um de nós, e vai, aos poucos se abrindo para ser irmã religiosa, padre ou casar. “Esta é a estrutura fundamental daquilo que entendemos por vocação: Deus chama amando, e nós, agradecidos, respondemos amando” (Idem). Enfim, somos escolhidos desde antes de nascermos, para o fim que Deus nos quer!
“Eu sou uma missão nesta terra”. Este é o segundo ponto. Sempre o chamado inclui o envio. Toda vocação tem um envio junto. Vocês já pensaram no que significa fazer um caminho para se decidir por uma vocação e, depois, seguir este caminho, que dará, certamente, no envio, no caminho e fazer coisas muito importantes! Como nos recorda o Papa Francisco: “Ai de mim, se eu não evangelizar” (1Cor 9,16). Há cinco anos, nosso Papa Francisco nos recordava que: “Também tu precisas de conceber a totalidade da tua vida como uma missão” (GE 23). O bom samaritano, núcleo da vocação cristã, nos diz o que é uma vocação: é um grande amor a Jesus Cristo, que veio para ser servido e não para servir (cf. Mc 10,45).
“Chamados juntos: convocados”. Este é o terceiro ponto. Na Igreja, ninguém tem mais valor do que os outros. Todos temos o mesmo valor: irmãs religiosas, padres, bispos e todos os casados. Nós somos, fundamentalmente, uma Igreja de leigos. São Paulo nos diz que somos um somente, no Espírito Santo, no único Corpo de Cristo. Recordemos que São Paulo nos fala claramente: “Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1Cor 12,26).
“Graça e missão: dom e tarefa”. Este é o quarto ponto. Devemos ser “capazes de levar a vida a todos os lugares, especialmente onde há exclusão e exploração, indigência e morte” (Idem).