Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
A inclusão digital é processo de democratização do acesso das pessoas nas tecnologias da informação. Ela permite que os internautas consigam se incluir no mundo da globalização, com possibilidade de chegar e obter, com rapidez e facilidade, grandes conhecimentos. Portanto, é um importante caminho de comunicação que, bem usado, pode contribuir muito para o bem da sociedade.
A missão da Igreja é evangelizar, comunicar a Palavra de Deus no espaço e no tempo. Como caminho de anúncio, ela precisa usar todos os meios que possibilitem que essa Palavra chegue aos destinatários. Significa que podemos falar de uma evangelização digital, tendo na virtualidade da internet uma ferramenta importante para que essa missão seja cumprida com maior propriedade.
Existem também grandes riscos, que podem prejudicar a integridade da proclamação da Palavra de Deus. Há uma avalanche de notícias falsas, sem fundamento e de origens suspeitas. No campo virtual, o anúncio do Evangelho também pode sofrer deterioração. Mas tudo depende da integridade de quem faz acontece o processo do anúncio, mirando Jesus Cristo na sua verdadeira identidade.
A Igreja ainda está engatinhando em relação ao uso da inclusão digital na evangelização. Falta profissional bem preparado e consciente do valor desse possante instrumento de comunicação. O investimento na capacitação em inteligência de dados, para criar variadas ferramentas, continua deficitário. Não existe até então uma consciência clara da Igreja sobre as vantagens dessa inclusão.
Mesmo assim, há aqui e acolá, esforços para dinamizar a emissão dos princípios cristãos através dos e-mails, blogs, twitter, facebook, instagram etc., dando possibilidade aos internautas a interatividade, com atualizações imediatas, e troca de experiências. É o mundo da rapidez, que exige muito profissionalismo para não perder as oportunidades pontuais num anúncio com eficiência.
O Papa São João Paulo II já falava que “o desenvolvimento na internet nos últimos anos oferece uma oportunidade sem precedentes para ampliar as obras missionárias da Igreja, já que se tornou a principal fonte de informação e de comunicação”. Realmente é uma das ferramentas que tem sido usada pelas Igrejas particulares, contribuindo muito para a evangelização dos diversos ambientes.