IV Domingo do Tempo Comum

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

 

“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr 1,5)

         A Liturgia do Quarto Domingo do Tempo Comum tem a sua centralidade na ação e missão do Profeta, em que este é consagrado para anunciar a Boa Nova a todos, fiéis e pagãos, afinal a Palavra de Deus deve ecoar a todos os cantos do mundo, ressoando em todos os corações. Porém é uma missão com dualidade: solidão e fraternidade, sofrimento e esperança, perseguição e amor, mas sempre com a certeza que a última palavra será sempre a de Deus.

         A Primeira Leitura, retirada do Livro do Profeta Jeremias (Jr 1,4-5.17-19), é apresentado Jeremias escolhido como Profeta e detentor da missão que Deus lhe designou desde concepção: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (cf. Jr 1,5). Assim, a Missão de profetizar é um dom de Deus, cheio de desafios e labutas, mas o Senhor sempre permanecerá contigo para defender de qualquer mal.

         No Evangelho de Lucas (Lc 4,21-30), Jesus anuncia sua missão como Profeta e adverte sobre que o profeta não é bem-vindo a sua terra, bem como aqueles que o precederam na missão profética. Porém, Jesus deixa bem claro que a Missão deve ser executada e a Boa Nova ressoar a todos os corações dispostos a acolhê-la, seja judeu ou pagão.

         A Segunda Leitura extraída da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12,31-13,13), Paulo nos recorda sobre a importância de vivenciar o amor/caridade como um dos dons mais elevados que recebemos do Altíssimo. Ora, é essencial a todos que estão disposto a viver a missão profética em ter como essência a Caridade. Afinal, “a caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade não acabará nunca” (cf. 1Cor 12,4-8).

         Vivificados pela Liturgia de Domingo, possamos ser autênticos discípulos/missionários, comprometidos em vivenciar o amor e a caridade na missão da Boa Nova em nossas vidas. E que possamos bendizer: “Minha boca anunciará todos os dias, vossas graças incontáveis, ó Senhor!” (cf. Sl 70, 15ab)  

Saudações em Cristo!

 

 

 

Tags:

leia também