Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira
Bispo da Prelazia do Marajó (PA)
De que precisamos nos despertar? Estamos deitados eternamente, dormindo, diante das ameaças à vida, à vivência correta da fé, das ameaças à democracia, da destruição da natureza, de nossa floresta, do tráfico de pessoas (trabalho escravo, exploração sexual de crianças, adolescentes, jovens e mulheres), da violência doméstica, especialmente contra as mulheres, os idosos, do racismo (que afirma que os negros são menos gente que os demais seres humanos), da discriminação pela condição social, pela região onde nasceu ou vive, da exploração da fé do povo pela religião (uma prática religiosa alienante e alienadora), das mentiras que circulam nas redes sociais (fake News), do ódio contra quem pensa diferente da gente, das vítimas da fome, a insegurança alimentar, dos desastres ambientais fruto da crise climática.
“Despojemo-nos das ações das trevas” (versículo 12)
Paulo nos convida a nos despojar das ações das trevas e de nos vestir das “armas da luz” (versículo 12). Quais armas da luz? Muitas, entre elas o amor, a fraternidade, o respeito, a solidariedade, a justiça social, a ecologia, o ecumenismo, o diálogo interreligioso, a democracia, a cidadania ativa, políticas públicas para superação da miséria e da fome, vivência de uma fé consciente e libertadora, participação, compromisso pastoral…
“Procedamos honestamente” (versículo 13)
Como estamos vivendo este convite de Paulo? Somos honestos? Como usamos o dinheiro e os bens que são de todos? Na Igreja o dízimo, as coletas, as promoções; na sociedade os recursos e bens públicos? Como Igreja, aceitamos dinheiro de qualquer um e de qualquer origem, mesmo de quem destrói a natureza, explora os trabalhadores ou desvia dinheiro público?
