Jesus nos oferece o céu! Sejamos misericordiosos! 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

Quase no final do ano litúrgico, a Palavra de Deus convida-nos a lançar um olhar sobre a história dos homens e sobre aquilo que nos espera quando o nosso caminho na terra terminar. Garante-nos que caminhamos ao encontro de Deus, da vida verdadeira. A história dos homens não é uma história de perdição, mas sim uma história de salvação. É tendo diante dos olhos esse horizonte que enfrentamos a vida de todos os dias e derrotamos as dificuldades que o caminho apresenta. 

Na primeira leitura – Ml 3,19-20 – , um “enviado de Deus” anuncia a uma comunidade desanimada que, ao contrário do que dizem alguns céticos, Javé não abandonou o seu Povo nem deixou o mal assumir as rédeas da história dos homens. No tempo oportuno Deus vai atuar, vai limpar o mundo, vai derrotar as forças da opressão e da morte que privam os homens de vida. Das cinzas do mundo velho Deus vai fazer nascer um mundo novo, iluminado pela luz da salvação. Diante da prosperidade dos ímpios, surge a dúvida sobre se vale a pena ser bom e justo. O profeta denuncia a sorte dos ímpios e anuncia uma mensagem de esperança aos justos. Sejam quais forem os acontecimentos que tenhamos de enfrentar, não nos deixemos levar pelo medo. 

No Evangelho – Lc 21,5-19 – Jesus conversa com os seus discípulos sobre o sentido da história humana. Garante-lhes que a história dos homens não terminará num fracasso: no final do caminho estará Deus para oferecer aos seus queridos filhos a salvação, a vida definitiva. Essa certeza deve proporcionar-nos a força de que necessitamos para enfrentar as crises, os abalos, as convulsões da história, até mesmo as condenações e perseguições que se apresentarão em cada curva do caminho. As realidades que o Evangelho descreve, com base em fatos testemunhados depois da caminhada histórica de Jesus, continuamos a viver hoje: guerras, fomes, perseguições, violência, miséria. Diante disso, não podemos nos deixar levar pelo desânimo. Perseguições e oposições podem fazer parte da vida dos fiéis discípulos de Jesus. Nada deve enfraquecer nossa esperança. 

Na segunda leitura – 2Ts 3,7-12 –  o apóstolo Paulo pede aos cristãos de Tessalônica – e aos cristãos de todas as épocas e lugares – que não se instalem na mediocridade, na apatia, na ociosidade, mas sejam protagonistas da história, gente comprometida com a construção do Reino de Deus. Viver de olhos postos em Deus não significa colocar-se à margem da construção do mundo. Sob o pretexto de que o fim do mundo estaria próximo, muitos não se preocupavam em trabalhar e viviam na ociosidade. Na atualidade, o problema é que muitos sofrem injustiça de não conseguir viver dignamente com o salário do próprio salário. 

Sejamos testemunhas da misericórdia! Sejamos solidários para com os mais pobres! Esta é a nossa vocação e a porta grande para entrar para o céu! 

Tags:

leia também