Diante da catástrofe que se abateu sobre parte de Santa Catarina, marcantemente em municípios das dioceses de Blumenau, Florianópolis e Joinville, muitas questões, perguntas, surgem! Por que, sobretudo tantas mortes? Resposta rápida coloca a responsabilidade nas intensas e torrenciais chuvas que caíram sobre nossa Região! Mas, além das chuvas, precisamos buscar, mais profundamente, outras causas de tantos desmoronamentos, mortes, feridos e desabrigados! Fiquemos nos Municípios atingidos, na diocese de Blumenau, onde tantas mortes aconteceram, casas foram destruídas, arrozais e outras plantações comprometidas, ruas, estradas obstruídas, e perguntemos em denúncia – colaboração:
- Onde está o planejamento urbano preventivo? Nas chuvas, não ficamos olhando para o RIO ITAJAÍ, assombrados, ainda pelas enchentes de 1983 e 84, esquecidos de nos ocupar com os morros e encostas? (Tivemos enxurradas generalizadas, enchentes em Navegantes, mas o desastre maior desceu dos morros).
- Qual a atenção que se dá, nos planejamentos municipais, à Defesa Civil?
- Quais são os estudos sérios, abalizados, sobre a qualidade do solo e sua ocupação?
- Por que as encostas dos morros são chanfradas e os barrancos não recebem tratamento adequado? Onde e como estão os muros de arrimo?
- Por que o Poder Público se curva diante dos interesses da exploração imobiliária?
- Por que locais condenados à habitação por estudos feitos há 25 anos, por exemplo no morro Coripós, continuaram habitados, com o Poder Público conivente, a cobrar dos moradores, imposto e taxas de água, luz?
- Por que o caminho das águas que descem dos morros não é respeitado e sua vazão não é prevista?
- Por que, em muitos locais o pinus e o eucalipto imperam (região do Baú), a serviço do interesse de serrarias?
- Qual é a segurança efetiva que é oferecida à população que vive ao lado do gasoduto que corta a Região e acabou explodindo em Belchior, Gaspar?
- Por que os Municípios não têm sério plano habitacional contemplando, de maneira especial, os pobres, os menos favorecidos economicamente falando?
- Por que há tanto esmero em maquiar a cidade e não há atendimento solucionador de seus problemas básicos?
- Por que não acordamos diante da urgente necessidade de respeitar o meio ambiente, o planeta terra – nossa casa comum?
Estas e outras urgentes questões precisam ser consideradas, debatidas, passados os momentos emergenciais que mobilizaram IGREJAS, Prefeituras, Exército, Corpo de Bombeiros e centenas de abnegados voluntários.
Diante do imenso mar de água – lama – dor – lágrimas – mortes que nos atingiu, passados os primeiros momentos, em que maravilhosa rede de solidariedade nos envolve, é chegado o momento da reconstrução alicerçada na descoberta das causas profundas da catástrofe e das soluções que se fazem necessárias! E estejamos alertas, a prioridade urgente reside na construção de moradia para os que perderam sua casa!
Que Deus nos ilumine, encoraje a todos nesta hora marcada por fé, esperança e solidariedade!